Mãe acusada de tentativa de homicídio por defender a filha de abuso sexual é absolvida após 11 anos

A mãe foi acusada de tentativa de homicídio pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e o julgamento só ocorreu no dia 28 de novembro de 2024, 11 anos depois

Mulher que foi acusada de tentativa de homicídio há 11 anos foi absolvida por júri popular. Ela teve a inocência reconhecida após provar que agiu em defesa da filha, que foi abusada sexualmente.

Segundo a Defensoria Pública do Ceará (DPCE), que realizou a defesa da mulher, o caso ocorreu em junho de 2013. A mulher fazia faxina na casa de um homem que permitia a entrada de mulheres em situação de prostituição para uso de drogas no local.

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No dia do crime, a faxineira precisou levar a filha para o trabalho, pois não tinha com quem deixar a menina, que na época tinha três anos. Quando tomava banho após o serviço, ouviu o choro da criança. Ao sair do banheiro, viu a menina ferida e com sinais de violência sexual.

“Uma dessas mulheres que o homem permitia que frequentassem a casa para consumir drogas cometeu o abuso sexual. A mãe, vendo a filha naquela situação, reagiu com duas facadas na agressora. Foi uma reação desesperada diante do sofrimento extremo da filha”, explica o defensor público Vagner Júnior, que atuou no caso.

Júri popular de maioria feminina reconheceu a necessidade de absolvição

A mãe foi acusada de tentativa de homicídio pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e o julgamento só ocorreu no dia 28 de novembro de 2024, 11 anos depois.

A estratégia da defesa foi destacar como o tempo do processo impactou a família de forma negativa, causando um trauma psicológico tanto na filha quanto na mãe. A mulher é a única responsável financeira por cinco filhos.

“Em 11 anos de processo, ela já foi punida pela vida”, lamenta o defensor Rafael Piaia, que também atuou na sessão do júri popular.

Outra estratégia essencial para provar a inocência da mãe da garota foi a composição do júri. Seis dos sete jurados eram mulheres.

“A sensibilidade delas foi crucial. Elas puderam se colocar no lugar da acusada, entendendo o que é a dor de uma mãe ao ver a filha sofrer uma violência tão grave”, avalia Piaia.

O MPCE ainda pediu a reavaliação do crime para uma lesão corporal grave, mas a Defensoria continuou argumentando pela absolvição. “Punir essa mãe seria ignorar o que ela enfrentou e ainda enfrenta”, reforça Vagner Júnior.

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