Empresas são homenageadas por contratação de pessoas com deficiência no Ceará

O selo "Empresa Completa, Empresa que Inclui", do Governo do Estado, foi entregue a 15 empresas que, entre 2022 e 2023, contrataram 2.433 pessoas com deficiência

O Governo do Ceará concedeu a 15 empresas o selo “Empresa Completa, Empresa que Inclui” a organizações que mais inseriram pessoas com deficiência (PCDs) em seus quadros de funcionários nos anos de 2022 e 2023. A cerimônia de entrega do selo foi realizada nesta quarta-feira, 27, na sede do Executivo estadual. Nos dois anos, essas empresa contrataram 2.433 PCDs para seus quadros. 

Durante o evento, colaboradores com deficiência destacaram que as políticas de incentivo à contratação de PCDs são fundamentais para combater preconceitos sobre suas capacidades e ampliar o acesso a melhores oportunidades no mercado de trabalho.

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A homenagem às empresas é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) e pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (SET), com o objetivo de promover a responsabilidade social e garantir o cumprimento da Lei 8.213/91, que prevê a obrigação de inclusão para pessoas com deficiência e reabilitados em empresas.

A entrega do selos foi realizada no Palácio da Abolição, em Fortaleza, e contou com presença do titular da SET, Vladyson Viana; da vice-governadora, Jade Romero; e de representantes de secretarias de Estado; instituições parceiras e das empresas agraciadas.

"Essas empresas premiadas contrataram 2.433 pessoas com deficiência entre 2022 e 2023. Isso reflete a inclusão de profissionais qualificados que tiveram a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. Crescimento que também impacta positivamente a economia do Estado", comentou a vice-governadora, Jade Romero. 

De acordo com o secretário do Trabalho, Vladyson Viana, o Ceará é segundo estado que mais insere pessoas com deficiência no mercado profissional, perdendo apenas para o Paraná. "Nosso esforço é garantir oportunidades com melhores salários, promovendo a inclusão social e econômica desse público, gerando autonomia financeira e cidadania".

As empresas homenageadas foram: Assaí Atacadista, Coopershoes Calçados, Dakota Nordeste, Faculdade Unichristus, Supermercado Cometa Ltda, Casa Pio, Rent Serviços Empresariais Ltda, Colégio Christus, Sesc, Mateus Supermercados Ltda, Farmácias Pague Menos, Grendene S.A., Vulcabrás Azaleia, Beach Park Hotéis e Turismo e Dass Itapipoca.

De acordo com o Governo do Estado, desde maio de 2011, mais de 16 mil trabalhadores com deficiência foram incluídos no mercado de trabalho pelo IDT/Sine. Já entre 2022 e 2023, 623 empresas contrataram pessoas com deficiência em 174 ocupações.

Histórias de Inclusão

Uma das pessoas presentes no evento de entrega dos selos foi Levi Pimenta Justi, de 35 anos, que tem síndrome de Down e é funcionário de uma unidade da farmácia Pague Menos há 12 anos. “Eu comecei como jovem aprendiz, mas atualmente sou auxiliar de loja. No dia-a-dia, ajudo no caixa e dou suporte para os operadores, quando alguém precisa de ajuda”, ele conta.

Outra conquista de Levi foi se tornar o primeiro colaborador com síndrome de Down da empresa a concluir o curso básico de Libras (Língua Brasileira de Sinais).“Para atender melhor outras pessoas com deficiência”, ele conta.

A mãe de Levi, a musicoterapeuta Iara Pimenta Rodrigues Justi, orgulha-se da evolução do filho. Ela destaca a independência dele, que vai sozinho para o trabalho e outros lugares. A renda do filho, inclusive, ajuda nas despesas de casa. Recentemente, ele terminou o ensino médio.

“Agora, vamos levar o certificado para que ele possa se candidatar a vendedor de loja. Ele adora essa área e até auxilia os vendedores. Ele é muito interessado e dedicado em tudo o que faz”, conclui a mãe.

Na ocasião, o fundador da Pague Menos, Deusimar Queiroz, destacou a importância de oferecer oportunidades para pessoas com deficiência (PCDs) e afirmou que a empresa pretende atingir a meta de 6% de funcionários incluídos em cotas até 2030. "A iniciativa privada tem que se unir, oferecendo oportunidades e reconhecendo que pessoas com deficiência podem contribuir, e muito". 

Assumir lideranças

Outra colaboradora que esteve presente foi Luciana Lima, graduada em Recursos Humanos e que atua como analista administrativa no Sesc-Senac Ceará. Ela tem deficiência física em um dos pés. A jovem compartilha que, ao nascer, médicos chegaram a declarar que ela talvez nunca conseguisse andar. Um cenário que, felizmente, não se concretizou.

“Minha mãe e minha família sempre me incentivaram. Às vezes, eu me sentia constrangida pela deficiência, mas minha mãe sempre dizia: “Minha filha, você consegue.”, conta Luciana.

Ela conta que começou na empresa em 2017. “Entrei como temporária e tinha apenas a graduação. Após o período, fui chamada para ser efetivada como assistente administrativa. Nesse tempo, concluí minha pós-graduação e fiz alguns cursos no próprio Senac. Com isso, fui promovida a analista 1 e, depois, a analista 2”, explica.

Ela ressalta que as cotas e os incentivos em empresas são fundamentais para PCDs. “Muitas pessoas com deficiência acreditam que não podem alcançar cargos de liderança. Acredito que, além de oferecer oportunidades de início, as empresas devem proporcionar também chances de crescimento. Quero destacar que pessoas com deficiência têm condições de chegar lá!", diz Luciana.

Já Francisco Wellington Cardoso de Oliveira é chefe de Depósito em uma unidade do Assaí Atacadista. Monocular, ele perdeu parte da visão do olho esquerdo. Apesar de ter sido um grande desafio no início, com o tempo ele conseguiu seguir sua vida normalmente, inclusive tirando a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

"Comecei no Assaí em 2016, em Caucaia, como chefe de mercearia e, posteriormente, fui transferido para o depósito”. Prestes a completar nove anos de empresa, ele espera ascender e se tornar subgerente. Wellington ressalta a importância das políticas de incentivo para contratação de PCDs.

“As pessoas com deficiência conseguem realizar as mesmas atividades que as outras, talvez com mobilidade um pouco reduzida, mas conseguem. É importante garantir a inclusão na sociedade”, comenta.

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