Mpox: mais da metade das doses de vacina disponibilizadas para o Ceará foram aplicadas

De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará, das três mil doses entregue para o Estado, 1.763 já foram aplicadas

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) revelou que apenas 18,3% das Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) no País estão vacinadas contra a mpox. A pesquisa foi realizada utilizando dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) até abril de 2023. 

Este ano, o Ceará registrou 1.610 casos detectados de HIV e 746 de Aids, até 17 de novembro, de acordo com a Planilha de Notificação Semanal (PNS).

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Segundo informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em 2023, o Estado recebeu três mil doses de imunizantes contra a doença. Desse total, 1.775 doses já foram aplicadas em todo o público-alvo, até o dia 25 de novembro deste ano. Ao todo, 1.143 delas representaram a primeira dose, e 632, como segunda dose.

Vacina contra mpox não está no Calendário Nacional de Imunização

A Sesa explica que o baixo número de doses disponíveis se justifica porque a vacina não está inserida no Calendário Nacional de Imunização. De acordo com o Informe Operacional divulgado pela Secretaria, há um desabastecimento de doses a nível mundial.

Dessa forma, a estratégia de vacinação contra a mpox se concentra na proteção de grupos com maior risco de desenvolver a forma grave da doença.

De acordo com a Sesa, ainda existem 368 doses de vacinas disponíveis em estoque na rede estadual, referentes à segunda dose das pessoas do grupo alvo, indicado pelo Ministério da Saúde, e que já realizaram previamente a primeira dose.

A Secretaria de Saúde do Ceará afirma que não há previsão para que campanhas de vacinação contra a Mpox sejam iniciadas. “Essa vacina não está inserida no elenco de vacinas do calendário de rotina, assim não existe estoque para iniciar esquema”, diz a nota.

Segundo Ana Karine Borges, coordenadora de Imunização do Ceará, o estoque de vacinas recebido pelo Estado não apenas atende às pessoas vivendo com HIV/aids, mas também aos profissionais de laboratório que estiveram em contato com o vírus.

Essa inclusão explica a discrepância entre a quantidade de imunizantes já aplicados e o número de doses ainda disponíveis em estoque. A coordenadora também informa que muitas doses foram perdidas por esgotamento do prazo de validade. “É uma vacina que, após ser descongelada, possui um prazo de validade menor”, ressalta.

Público-alvo ainda não vacinado contra mpox

Como resultado, as pessoas que fazem parte do público-alvo, mas não receberam a primeira dose, continuam sem imunização, uma vez que não há previsão para novas campanhas. É o caso da vendedora autônoma Fernanda Maria de Oliveira, de 48 anos.

Diagnosticada com HIV há 18 anos, Fernanda Oliveira reconhece a importância de se manter informada sobre as vacinas recomendadas para imunossuprimidos. No entanto, ela ainda não foi imunizada contra a mpox e acredita que a falta de campanhas educativas é um dos principais obstáculos. Para ela, essa carência de informações aumenta a vulnerabilidade das pessoas vivendo com HIV a doenças oportunistas.

“Nem minha infectologista, nem o clínico geral que me acompanha no posto de saúde mencionaram a vacina. Falta atenção e respeito, não só com quem convive com HIV, mas com toda a população”, critica.

 

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