Combate a facções e ressocialização: nova turma formará 600 policiais penais no Ceará

O curso de formação da nova turma da Polícia Penal terá 900 alunos, dos quais 600 serão aprovados para atuar no sistema prisional

17:10 | Nov. 21, 2024

Por: Lara Vieira
FORTALEZA-CE, BRASIL, 21.11.2024: Jade Romero, vice-governadora. SAP realiza aula inaugural para novos policiais penais. (foto: Fabio Lima/ OPOVO) (foto: FÁBIO LIMA)

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP-CE) iniciou nesta quinta-feira, 21, o Curso de Formação Profissional da nova turma da Polícia Penal do Ceará. A formação é uma etapa do processo seletivo do concurso para a Polícia Penal do Ceará e será realizada em três turmas consecutivas. Cada turma contará com 300 candidatos, somando um total de 900 participantes ao longo do processo.

Apesar dos 900 candidatos participarem da etapa de formação, dos quais 600 serão aprovados e convocados para atuar no sistema prisional do Ceará. Os demais ficarão no cadastro reserva.

Para marcar o início da capacitação, uma aula inaugural foi realizada na manhã desta quinta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Ceará, no bairro Dionísio Torres, Fortaleza. Estiveram presentes autoridades da Segurança Pública do Estado, como o secretário da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque; o secretário executivo de Inteligência e Defesa Social, Alzir Chaves; e a vice-governadora, Jade Romero.

O secretário Alzir Chaves destacou a parceria da SAP com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e parabenizou a nova turma.

“Temos a responsabilidade de apresentar resultados ainda mais positivos, alinhados aos anseios do povo cearense. Sejam felizes, aproveitem ao máximo o apoio que têm e construam uma carreira de sucesso, continuando a contribuir para a segurança pública do Ceará”, afirmou o secretário executivo.

O titular da SAP, Mauro Albuquerque, explicou que durante a formação os alunos serão instruídos por mais de 40 profissionais e contarão com orientações de órgãos parceiros como a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Judiciário.

“O combate às facções criminosas e a ressocialização são missões interligadas. É nossa responsabilidade atuar para quebrar esse ciclo e oferecer oportunidades reais para aqueles que desejam recomeçar e retornar à sociedade sem reincidir no crime”, destacou.

Curso acontecerá em unidade ainda não inaugurada

O curso prático começa nesta sexta-feira, 22, na Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho do município de Horizonte. Apesar de ainda não inaugurada oficialmente, a unidade vazia permitirá aos participantes treinar com situações reais do sistema prisional.

O aluno Francisco Élio, 23, natural do município de Santana do Acaraú, a 225 km de Fortaleza, declara que o desejo de ingressar na Polícia Penal surgiu da missão de ressocialização.

“É oferecer uma segunda chance para os internos. Isso é algo muito significativo para mim. Durante esse curso, pretendo amadurecer como pessoa e profissional, e contribuir para essa missão de dar aos internos uma nova oportunidade na vida", comenta.


 

Participação de mulheres na Polícia Penal do Ceará

 

Durante a aula magna, a vice-governadora do Ceará, Jade Romero, ainda destacou o quantitativo de mulheres incluídas no concurso para ingressar no sistema penitenciário. Ao todo, 207 mulheres fazem parte do processo de treinamento, sendo 64 apenas da primeira turma.

“Vocês nos representam não só como profissionais da segurança, mas também como exemplos para outras mulheres, mostrando que podemos estar em qualquer lugar e, com honra, sabedoria e competência, atuar em todas as forças de segurança”, disse.

Uma das novas alunas é Ramona Ponte, 31, moradora de Fortaleza. Advogada de formação, ela sempre teve interesse em carreiras policiais, influenciada pela família. Ramona destaca a crescente presença feminina na área de Segurança Pública, refletida também no concurso.

“Todas com quem tive a oportunidade de conversar estão entrando com muita vontade de fazer um bom trabalho. Estamos aqui para mostrar que somos, sim, capazes”, diz a aluna.