Ceará perde 72 mil moradores da zona rural em uma década

Migração na zona rural cearense é baixa, mas sete vezes maior que na década passada

O Ceará teve uma diminuição de 72.973 moradores na zona rural de 2010 a 2022, conforme o Censo Demográfico 2022. Isso representa uma queda de 3% na população rural. O dado vai ao encontro do que é registrado em todo o país. No Brasil, 4 milhões de pessoas deixaram a zona rural.

Em 2010, a zona rural cearense era composta por 2.105.812 pessoas, o que equivalia a 25% da população do Estado. Já em 2022, o número é de 2.032.839 residentes, cerca de 23,1% de todos os moradores do Ceará.

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Na década anterior, de 2000 a 2010, o Censo mostrou uma diminuição de apenas 9.531 dos moradores da zona rural. Ou seja, a última década teve sete vezes mais pessoas migrando para fora da região.

Evolução da população urbana e rural do Ceará

  • 2000
    Urbana: 5.315.318 (71,5%)
    Rural: 2.115.343 (28,4%)
  • 2010
    Urbana: 6.346.569 (75%)
    Rural: 2.105.812 (25%)
  • 2022
    Urbana: 6.762.118 (76,8%)
    Rural: 2.032.839 (23,1%)

a zona urbana cresceu 6% nos últimos dez anos. Com 415.549 moradores a mais, o Ceará chega a 6.762.118 pessoas nas regiões urbanas. O acréscimo é menor do que o registrado de 2000 até 2010 (19%), sinalizando um padrão de estabilidade.

Ao todo, 118 municípios cearenses perderam população rural de 2010 a 2022. O que teve a maior variação foi Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em 2010, o município tinha 10.204 moradores na zona rural, e em 2022 o número diminuiu para 2.793.

Outro caso que chama atenção é o do Eusébio, também na RMF. Nos últimos dois Censos, de 2010 e 2000, o município não registrava moradores na zona rural. No entanto, em 2022, passou a ter 727 moradores.

Variações ocorrem por aperfeiçoamento de dados, migração e baixa taxa de fecundidade

As variações, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocorrem devido à migração, mas também a mudanças nas taxas de fecundidade (número de filhos por mulher) e o aperfeiçoamento do sistema de coleta de dados do Censo.

Conforme Felipe Leitão, analista de divulgação do Censo, a divisão de áreas urbanas e rurais passou a ser orientada pela morfologia urbana e pela funcionalidade das ocupações. Anteriormente, o IBGE se baseava estritamente nos perímetros urbanos legais definidos por prefeituras, muitas vezes desatualizados.

Todas as regiões do País apresentaram queda na população rural pela primeira vez na história do Censo. A Região Norte, que havia registrado crescimento de 8,07% entre 2000 e 2010, passou a apresentar perda de 11,12%.

O mesmo ocorreu na Região Centro-Oeste, que apresentou crescimento de 2,03% da população rural entre 2000 e 2010 e, no período entre 2010 e 2022, teve perda de 10,55%.

As demais regiões, que já vinham em trajetória de perda de população rural entre 2000 e 2010, mantiveram essa trajetória: Região Sudeste, com 16,93%, Nordeste com 14,37% e Sul com 14,92%.

Cabe destacar que, da perda total de 4.257.656 pessoas nas áreas rurais, 2.049.144 (48,13%)
correspondem à Região Nordeste.

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