Defesa de policial acusado de introduzir celulares em presídios alega que ele denunciou situação e se tornou alvo
Advogado de defesa afirma que o servidor teria colocado em risco um esquema de introdução de celulares nos presídios e, por isso, se tornou alvo de retaliaçãoA defesa do policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa, preso acusado de envolvimento com esquema de facilitação de entrada de aparelhos celulares em presídios, afirma que o servidor foi incriminado como uma forma de retaliação. Neste ano, ele teria denunciado entrada de aparelhos celulares.
No pedido de prisão preventiva de Ramony, é afirmado que ele teria recebido R$ 35 mil para introduzir quatro celulares para dentro de um presídio em Pacatuba.
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De acordo com o advogado de defesa, Walmir Medeiros, a ação do policial penal, que foi diretor de unidade prisional e atuou também no Presídio de Segurança Máxima, teria colocado em risco um esquema de introdução de aparelhos celulares nas unidades prisionais e, a partir disso, Ramony teria se tornado um alvo para retaliação.
Walmir Medeiros aponta que as investigações deduziram que o policial penal seria um criminoso por fazer viagens internacionais e ter um carro importado, que conforme o advogado, custaria R$ 50 mil, por ser usado e do ano de 2011. Ainda afirmou que não se deve presumir que há ato ilícito em uma pessoa ser bem sucedida.
Medeiros afirma que a companheira do policial é médica e que o casal tem um padrão de vida que condiz com a profissão dos dois. Ainda informou que foram apreendidos valores em espécies referentes a um apartamento que o policial penal compraria. Esse dinheiro seria da avó dele, que mantém casas alugadas e teria ajudado o neto. O advogado afirma ainda que tudo está comprovado por contratos e documentos.
A defesa afirma que o mandado de prisão, que tinha como endereço a casa do policial, foi cumprido na casa da sogra do agente de segurança, o que seria uma irregularidade. "A Polícia e o Ministério Público estão deduzindo e a gente não pode deduzir. A mulher (companheira) é médica e se mata de trabalhar. Ele denunciou entrada de celulares e quebrou um esquema, por isso o incriminaram. Eu vou mostrar essas falhas", pondera.
Operação da CGD com apoio da SAP
A operação ocorreu na quinta-feira, 31, por meio da Delegacia de Assuntos Internos e cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em desfavor do policial penal. Além de dinheiro em espécie, também foram apreendidos aparelhos celulares e um automóvel.
Ramony foi diretor da Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga 1), na Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (Itaitinga 2) e chefe de equipe da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará. Atualmente, estava lotado na Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho de Itaitinga (UPECT-Itaitinga).
Policial teria recebido R$ 35 mil para fornecer 4 celulares a presos
José Ramony teria recebido R$ 35 mil para introduzir quatro celulares para dentro do presídio Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza). Foi o que afirmou à Polícia Civil um preso que disse ter sido “cooptado” por Ramony para fazer parte de um esquema voltado ao fornecimento de celulares a detentos.
A informação consta no pedido de conversão da prisão temporária de Ramony em prisão preventiva, o que foi atendido pela Justiça nesta sexta-feira, 1º. Na peça, é afirmado que a investigação teve início em 1º de outubro último, quando seis celulares foram encontrados no presídio de Pacatuba. No dia seguinte, mais três aparelhos foram localizados. (Colaborou Lucas Barbosa)
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