O POVO Educação realiza evento sobre saúde e direitos no Outubro Rosa
O tema foi um dos abordados durante painéis realizados pelo O POVO Educação em parceria com o Movimento Outubro Rosa Ceará
20:49 | Out. 11, 2024
Entre as várias temáticas abordadas com relação ao Outubro Rosa, no evento promovido pelo O POVO Educação em parceria com o Movimento Outubro Rosa Ceará, nesta sexta-feira, 11, uma delas foi o Estado do Ceará estar abaixo da cobertura mamográfica recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com dados do Observatório de Oncologia, no biênio 2021-2022, o Brasil apresentou uma taxa de 20,5% na cobertura mamográfica. Entre as regiões brasileiras, o Nordeste teve uma taxa de 19,9%. O Ceará obteve uma taxa de 12,5%, estando muito abaixo do recomendado pela OMS.
Mediada pelo advogado e jornalista do O POVO, Cliff Villar, a palestra teve seu primeiro painel com a temática "O Papel do Outubro Rosa, na perspectiva da Saúde como Direito humano, social e constitucional". As palestrantes eram Maria Vaudelice Mota, secretária executiva de Atenção Primária e Políticas de Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa); Isabel Pôrto, procuradora de Justiça; e a gestora da Associação Nossa Casa, Daniele Castelo Branco.
Já o segundo painel — O Ativismo Social responsável, o Controle Social e a intersetorialidade na prática, como diretrizes do Movimento Outubro Rosa Ceará — contou com as palestrantes Carmem Silvia Ferreira Santiago, secretária geral da mesa diretora do Conselho Estadual de Saúde do Ceará; Silvia Guimarães, bacharel em Turismo e pós-graduanda em Turismo e Sustentabilidade pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE); e Ana Valéria Targino, procuradora regional do trabalho.
A coordenadora do Movimento Outubro Rosa Ceará, Valéria Mendonça, abriu o evento comentando sobre o lema deste ano: “É hora de defender o SUS, exercer o controle social e fazer valer o nosso direito à saúde”.
Ela afirmou que será feita uma campanha de Outubro Rosa 100% inclusiva, em espaços quilombolas, territórios indígenas, nos terreiros, e abrangendo a comunidade LGBTQIA+.
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Sobre a ausência de informação aos direitos e políticas públicas, Maria Vaudelice destacou a educação. “É fundamental que as pessoas compreendam seus direitos e deveres. São tempos difíceis, a informação por si só não é suficiente”.
“A mulher ainda é bastante discriminada. Com acesso à educação e informação, é possível que a mulher tenha condições de exercitar os seus direitos, se fortalecer e empoderar”.
Maria Vaudelice destacou ainda que, para mudar a porcentagem da taxa de cobertura mamográfica, é necessário avaliar todos os indicadores. “Esse é um único indicador [sobre mamografias]. Significa que os mamógrafos estão ociosos. Isso se resolve organizando o processo de trabalho e a prestação de serviços de saúde”.
Conforme a coordenadora do Movimento Outubro Rosa Ceará, é preciso organizar a linha de cuidados, desde o atendimento da mulher na Unidade Básica de Saúde (UBS), onde ela apresenta os primeiros sintomas. As ações devem seguir para que haja diagnóstico e o processo de tratamento. "Essa ociosidade vai ser superada, pois a mulher terá todo o atendimento e não ficará no meio do caminho sem realizar a mamografia ou utilizar o mamógrafo”, finalizou.
A turismóloga Sílvia Guimarães ressaltou que a informação é a base para mudar este cenário. “Por onde eu passo, estou trabalhando, e se vejo que tem um espaço, levo a informação para as pessoas. Fui informada que existe um aplicativo onde você pode avaliar todo o trabalho de atendimento que você recebe na unidade primária. A informação é primordial”.
A procuradora de Justiça Isabel Pôrto afirmou que a mudança de cenário em relação às baixas taxas de cobertura mamográficas vem sendo feita. “Vamos estar justamente com o Movimento Outubro Rosa, realizando as chamadas Blitz Rosa, para verificar a quantidade de mamógrafos que nós temos e se efetivamente eles estão funcionando”.
“Já começamos a primeira na Santa Casa, em Fortaleza, e teremos todo um agendamento do final do ano, até o ano que vem”, finaliza.
Cordel Outubro Rosa
O cordel Outubro Rosa, feito pelo poeta popular e músico, Tião Simpatia, foi recitado pelo mesmo. A obra fala sobre formas de diagnosticar o câncer de mama e a necessidade da ida ao médico o mais rapidamente, para que assim, a taxa de sucesso no tratamento seja alta.
Ao final, foi realizada a entrega do Selo Rosa ao O POVO, e uma comenda — criada em 2011 pelo Movimento Outubro Rosa — que foi entregue aos jornalistas Cliff Villar e Lêda Maria, por seu apoio e trabalho na difusão da missão do Movimento.
O Selo Rosa foi criado em 2012 para reconhecer empresas, instituições públicas e movimentos sociais que atuam na divulgação de informações sobre o câncer de mama.
Sobre receber o selo, a colunista do O POVO, Lêda Maria, afirmou: "Tem uns troféus que batem forte no coração. Obrigada".
Cliff finalizou: “Estarei com nossa presidente, levando esse Selo e dividindo com ela essas homenagens, mas principalmente o nosso compromisso. Tem essa questão do nosso compromisso com o Ceará, mas com as mulheres do Estado”.