Mais da metade das residências de indígenas do Ceará tem condições precárias de saneamento
A porcentagem chega a 53,48% das 24.203 residências de indígenas registradas no Estado pelo Censo 2022Mais da metade dos domicílios que têm pelo menos um morador indígena no Ceará tem algum tipo de precarização do saneamento básico, seja na ausência de abastecimento de água canalizada, destinação adequada do esgoto ou coleta de lixo.
O dado é do Censo Demográfico de 2022 e foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 4.
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A porcentagem chega a 53,48% das 24.203 residências de indígenas registradas no Estado pelo Censo. No entanto, entre as 3.417 casas localizadas dentro de terras indígenas oficialmente delimitadas a taxa é ainda maior, chegando a 67,75%.
Pelo menos 1.534 domicílios se encaixam em todas as categorias de forma simultânea, não tendo água canalizada, nem esgotamento e coleta de lixo.
Para a análise, o IBGE reuniu todos os domicílios particulares permanentes com pelo menos um morador indígena, retirando os do tipo habitação indígena sem paredes ou malocas, que aderem a uma das categorias de resposta mais próximas da precariedade ou da ausência do saneamento básico. São eles aqueles em que:
- A principal forma de abastecimento de água utilizada se dá por rede geral de
distribuição, poço, fonte, nascente ou mina encanada somente até o terreno ou não
chega encanada, e aqueles em que, com ou sem encanamento, a água utilizada é
proveniente de carro-pipa, água da chuva armazenada, rios, açudes, córregos,
lagos, igarapés ou de outras formas não listadas anteriormente; ou - Têm como destinação do esgoto fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou
outra forma; ou - O lixo não é coletado direta ou indiretamente por serviço de limpeza.
Aqueles domicílios com ligação à rede geral de distribuição de água compõem 72,8% do total. Outros 12,7% retiram água de poços profundos ou artesianos, 8,1% de poço raso, freático ou cacimba e 2,5% dependiam de carros-pipa.
As residências de indígenas que utilizam fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma de esgotamento sanitário chegam a 43,8%.
Apesar da maioria das casas ter pelo menos um banheiro de uso exclusivo, ainda há 1,6% de residências que abrigam essa população nas quais não existem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.
No Ceará, 93,7% dos domicílios com morador indígena têm pelo menos um banheiro de uso exclusivo, enquanto em 1,6% não existem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.