Elmano diz que interferência de facções nas eleições é uma ameaça à democracia

O governador apontou, durante a entrega de novos equipamentos de segurança, a necessidade de leis mais rígidas contra as facções criminosas e o tráfico de drogas

09:25 | Set. 26, 2024

Por: Jéssika Sisnando
Elmano durante entrega equipamentos de radiocomunicação (foto: FERNANDA BARROS)

O governador Elmano de Freitas afirmou que a interferência de facções criminosas é uma grande ameaça à democracia brasileira. A fala ocorreu durante a entrega de mais de 3.600 novos equipamentos e licenças para a ampliação do Sistema Estadual de Radiocomunicação Digital da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

A edição do O POVO desta quarta-feira, 25, trouxe a informação de que as facções criminosas cobrariam até R$ 60 mil para permitir campanhas em bairros de Sobral. A situação é investigada pelas Polícias Civil e Federal. As organizações criminosas do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital (PCC) seriam as responsáveis pelas ameaças. Entre os candidatos que relataram episódios de violência, estão Izolda Cela (PSB) e Oscar Rodrigues (União Brasil). 

Elmano afirma que é uma questão que deve preocupar o País. "Nós sabemos da possibilidade do tráfico financiar candidaturas, possibilidade de relacionamento de candidatos com facções, mas é preciso ter muita cautela e responsabilidade, para acusar alguém, um candidato ou candidata, que ele financie ou tem essa relação, é preciso ter prova. Você não pode ser irresponsável", afirma. 

O governador do Ceará afirma que há uma preocupação em todas as dimensões, mas aponta a relação direta das facções no tráfico de drogas.

"Tenho dito que o crime organizado, especialmente vinculado ao tráfico de drogas no Brasil, é o principal inimigo do povo brasileiro hoje. Aquele que ameaça em todas as dimensões. Ameaça cidadão quando recebe uma casa, ameaça o cidadão que tem um comércio, ameaça o cidadão que tem um pequeno patrimônio, ameaça promotor, ameaça juiz", destaca. 

Para o gestor é necessário um pacto nacional com leis mais rígidas. "Nós temos que ter um grande pacto nacional e enfrentamento, posicionamento claro do poder judiciário de que as forças de segurança possam trabalhar para prender as pessoas e que elas permaneçam presas. Isso é muito importante para que nós possamos ter o resultado que a sociedade espera e merece", afirma.