CBMCE alerta para riscos de queimaduras por caravelas e águas-vivas

A 1ª Companhia de Salvamento Marítimo do Batalhão de Busca e Salvamento (1ª CSMAR/BBS) destaca a importância de cuidados específicos

21:09 | Set. 25, 2024

Por: Luíza Vieira
Caravela Portuguesa, popularmente conhecida como flutuador (foto: Reprodução/ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) )

O aparecimento recorrente de águas-vivas e caravelas nas praias do Ceará levou o Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMCE) a emitir um alerta para os riscos de queimaduras feitas por estes animais aquáticos.

A 1ª Companhia de Salvamento Marítimo do Batalhão de Busca e Salvamento (1ª CSMAR/BBS) destaca a importância de cuidados específicos.

Conforme explica o capitão Rodrigo Monteiro Carneiro, caravelas e águas-vivas são animais distintos e que, a maior incidência de queimaduras na Praia do Futuro, em específico, é causada por caravelas. Estes animais são empurrados pelos ventos para a faixa de areia, especialmente no verão, época de procriação.

A Caravela Portuguesa, popularmente conhecida como flutuador, se move pela ação dos ventos. No que se refere à sua estrutura, apresenta uma consistência gelatinosa e coloração que varia do azulado ao violeta. Normalmente o seu comprimento pode variar de 10 cm a 30 cm.

Os sintomas apresentados após a queimadura da caravela são: coceira intensa vermelhidão e marcas lineares na pele, inflamação, queimação e dor, além de reação alérgica à toxina.

Ao ser queimado por este animal, é recomendado estar atento ao ambiente, uma vez que a dor é causada pelo contato com os filamentos. Além disso, é fundamental adotar as seguintes medidas para aliviar a queimação:

  • Lave o local com água do mar ou soro fisiológico gelado;
  • Vinagre branco também é indicado para neutralizar a toxina e aliviar a dor;
  • Evite o uso de água doce pois, em caso contrário, a queimadura pode ser potencializada.
  • Em casos graves, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.

Como prevenir

Para prevenir acidentes, é importante estar atento às recomendações do Corpo de Bombeiros:

  • Evite áreas onde há presença de águas-vivas e caravelas
  • Pergunte ao guarda-vidas sobre a presença destes animais no local
  • Alguns estados adotam uma bandeira lilás no posto do guarda-vidas como indicativo da presença de águas-vivas e caravelas
  • Outro indicativo da presença de cnidários é o avistamento destes animais na areia da praia
  • Não toque nestes animais, mesmo mortos
  • Ao caminhar na praia, procure utilizar calçado, evitando assim pisar em tentáculos de águas-vivas e caravelas
  • Ao praticar mergulho, considere utilizar roupa de mergulho que cubra a maior parte possível da pele
  • Se queimado, não lave o local com água do mar e use vinagre branco
  • Caso apresente sintomas graves, procure atendimento médico.

Aumento da população de cnidários

As águas-vivas (ou medusas) e caravelas são animais aquáticos simples e de vida livre pertencentes ao Filo Cnidaria, assim como as anêmonas e corais. O aumento súbito da população de cnidários em um local é chamado de afloramento de medusas, fenômenos que ocorrem naturalmente, mas que nas últimas décadas têm sido estimulados devido ao aumento da temperatura das águas oceânicas e alterações dos ambientes praianos.

De acordo com o Ministério da Saúde, um afloramento no verão de 2011/2012 no litoral do Paraná causou a ocorrência de mais de 20 mil acidentes por uma espécie de água-viva (Chrysaora lactea), conforme dados do Corpo de Bombeiros local.

Outro fator que colabora para o crescimento de envenenamentos por cnidários no Sul do País é o aumento de turistas nos períodos de veraneio, que foi exponencial nas últimas duas décadas.