Projeto busca acelerar a reintegração familiar de crianças e adolescentes acolhidos no CE

149 crianças e adolescentes se encontram acolhidos nas oito unidades de acolhimento institucional gerenciados pelo Governo do Estado em Fortaleza

18:19 | Set. 10, 2024

Por: Gabriel Damasceno
Projeto vai tentar acelerar o processo de reintegração familiar de crianças e adolescentes acolhidos no CE (foto: Zé Rosa Filho/DPCE)

O programa Pilar, que busca acelerar e facilitar o processo de reintegração familiar de crianças e adolescentes acolhidos em abrigos do Ceará, foi lançado na manhã desta terça-feira, 10, em uma solenidade realizada na sede do Núcleo de Atendimento da Infância e Juventude (Nadij), no bairro Cidade dos Funcionários, na Capital.

De acordo com a Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), 149 crianças e adolescentes se encontram acolhidos nas oito unidades de acolhimento institucional gerenciados pelo Governo do Estado em Fortaleza. Destes, 42% ainda possui algum tipo de vínculo com os familiares. O projeto busca, justamente, fortalecer esses laços para facilitar o processo de reintegração familiar.

"As famílias não tinham um equipamento que pudessem buscar e que nós pudéssemos acompanhar o passo a passo do fortalecimento [das relações], daí que surgiu a ideia desse projeto. [O objetivo] é amparar essas famílias e fortalecer os vínculos, garantindo, à criança e ao adolescente, acesso ao vínculo famíliar", explica Jacqueline Torres, defensora pública e supervisora do Nadij.

"Nós vamos fazer um perfil de cada situação. Tem casos que, óbvio, não existe possibilidade de retorno familiar, como em casos de abuso sexual. Mas, no geral, vamos analisar as situações e ver se a causa que resultou no acolhimento da criança pode ser superado e trabalhado para que o retorno familiar aconteça", adiciona.

Para tornar a reintegração possível, o projeto vai disponibilizar um psicólogo e um assistente social para acompanhar as famílias atendidas e avaliar os resultados da iniciativa. Uma equipe psicossocial, além disso, fará um mapeamento das famílias e defensoras trabalharão na defesa das ações judiciais.

Ainda existirá uma interlocução com políticas públicas, em busca de garantir que as famílias tenham condições de oferecer um ambiente seguro e acolhedor para as crianças e adolescentes. "[Caso] exista uma possibilidade de retorno, uma equipe psicossocial vai ser destacada para acompanhar e verificar a família e dar a [devida] estrutura para que, só então, essa criança e adolescente possa retornar", detalha Sâmia Farias, defensora geral do Ceará.

Paulo Rogério Guedes, secretário executivo da proteção social, destaca que o convívio familiar pode ajudar no próprio desenvolvimento das crianças e adolescentes. "O desenvolvimento afetivo, emocional e cognitivo de uma criança se dá muito mais no seio familiar do que nas unidades de acolhimento por mais bem tratados que eles sejam".

"Pai, mãe e irmãos fortalecem os laços familiares, mas, principalmente, o desenvolvimento emocional e sócio emocional", continua.