Ceará tem aumento de 25% no número de presos suspeitos de crimes contra mulher em 2024

Ao longo do último mês de agosto, foram capturados 330 homens por meio de prisões em flagrante e cumprimento de mandados de prisão em 93 municípios cearenses

O Ceará registrou aumento de 25,92% no número de presos suspeitos de praticar crimes contra mulheres no Estado durante o mês de agosto deste ano. Do dia 1º até o dia 29 de agosto, foram 330 capturas por meio da operação Shamar. Em agosto do ano passado, a operação responsável por combater a violência contra mulheres prendeu 262 pessoas, contabilizando 68 capturas a mais em um ano no Estado.

Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira, 3, durante coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), no bairro Aeroporto, em Fortaleza.

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Dos 330 presos, 217 foram localizados e presos em flagrante e outros 113 foram capturados por meio de mandados de prisão. Os suspeitos foram presos em 93 municípios do Estado e são investigados pelos crimes de violência doméstica, ameaça, estupro, entre eles estupro de vulnerável, importunação sexual e descumprimento de medidas protetivas.

Conforme o titular da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol/SSPDS), delegado Harley Filho, a operação contou com alguns pilares para chegar aos resultados. “Ações preventivas por meio de policiamento militar em locais, horários e dias específicos para tentar arrefecer a violência doméstica, e ações investigativas desempenhadas pela Polícia Civil no sentido de elucidar os crimes e capturar alguns foragidos dentro dessa temática”, explica.

O coronel Kilderlan Nascimento, coordenador geral de operações da Polícia Militar do Ceará (PMCE), afirmou que a atuação das agentes ocorreu a partir das estatísticas criminais da SSPDS consolidadas por meio das denúncias do 190 e do Disque-Denúncia 181. “Isso gera estatísticas, nossas viaturas nessa operação são orientadas a permanecer naquelas áreas que têm mais ocorrências de violência doméstica”, detalha.

As capturas aconteceram em Fortaleza, Caucaia, Beberibe, Camocim, Baturité, Juazeiro do Norte, Maranguape e Pacajus.

Ações educativas

A operação também contou com ações educativas pela Copol nos 184 municípios do Estado, por meio de palestras sobre o que é violência doméstica, como identificar e agir diante dos crimes, como denunciar e quais locais as vítimas podem recorrer quando há violência.

Para além das atividades da Polícia e ações judiciárias, como as investigações e inquéritos policiais, houve uma intensificação nas ações preventivas no Estado. A diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), da PC-CE, delegada Janaína Silveira Braga, informou que as ações foram focadas nas escolas, com palestras, rodas de conversa, tendo como público adolescentes.

“A Polícia Civil levou até as escolas públicas e também particulares informações acerca da Lei Maria da Penha, a sua criação, os meios de como devem ser divulgados esses crimes, os canais de denúncia, quais os institutos que trazem proteção à mulher. A gente entende que a educação é a base pra tudo, pra que a gente lá na frente, nas futuras gerações, não venham sofrer violência doméstica como a gente vê nos dias de hoje”, comenta a delegada.

Os debates foram realizados em Fortaleza, na Região Metropolitana e nos interiores Norte e Sul do Estado. As ações tiveram apoio das delegacias de Defesa da Mulher de cada região, além da DPGV. Cerca de 16 mil pessoas foram alcançadas através de distribuição de panfletos, palestras e ações na mídia.

A operação para combater a violência contra mulher é realizada em âmbito nacional e anual. Além da SSPDS, ela é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). No último mês de agosto, a Lei Maria da Penha completou 18 anos

Ferramenta que permite solicitar medida protetiva virtual completa um ano no Ceará

No último dia 22 de agosto, a ferramenta que permite solicitar medida protetiva virtual de caráter de urgência por meio da internet completou um ano de funcionamento no Ceará. A ferramenta foi lançada pela Polícia Civil do Ceará em conjunto com a Secretaria das Mulheres do Ceará (SEM) em agosto do ano passado.

A medida protetiva é um dos instrumentos da Lei Maria da Penha para a proteção das vítimas de violência doméstica. Por meio dela, é possível garantir o afastamento do agressor do lar, mantê-lo distante e obrigá-lo a cortar contato com a vítima e familiares.

Para solicitar, a vítima precisa acessar o portal https://mulher.policiacivil.ce.gov.br/solicitante, por meio do acesso do gov.br com o CPF e senha. O próximo passo é preencher um formulário com endereços, relatos, histórico de violência, entre outras informações.

Na ferramenta, a requerente poderá ainda anexar áudios. Após o envio do pedido pelo site, a Polícia Civil vai receber o formulário e encaminhar ao Poder Judiciário, que terá 48 horas para analisar o requerimento e conceder ou não a medida.

 

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