Casos de febre do oropouche apresentam tendência de estabilização no Ceará
Conforme último boletim publicado pela Sesa, Ceará registra 171 casos confirmados da infecçãoCasos de febre do oropouche no Ceará apresentam tendência de estabilização, conforme o secretário Executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Antonio Silva Lima Neto (Tanta). Conforme mais recente boletim epidemiológico publicado pela secretaria, na última sexta-feira, 23, o Ceará registra 171 casos confirmados da infecção.
Ele ponderam contudo, que ainda é preciso observar como os casos vão se comportar. Secretário avaliou o cenário durante entrega 58 novos microscópios para identificação e monitoramento de vetores, realizada na tarde de terça-feira, 27, durante o 2º Simpósio de Zoonoses, Entomologia e Controle de Vetores com Foco em Uma Só Saúde. Evento acontece na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
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Conforme o secretário, os casos são registrados especificamente em áreas rurais de mata úmida. "Quando faz a transição para [regiões de] mata seca, não tem mais transmissão. Ele [vírus] é muito ligado aos hábitos do vetor. Ainda. Espero que seja assim, que o vetor não consiga se urbanizar", explica.
A maior quantidade de pacientes confirmados com a doença reside em Aratuba: 40. Os outros municípios com casos da doença são Capistrano (38), Pacoti (31), Mulungu (27), Redenção (21), Baturité (11) e Palmácia (3).
Não há confirmação de óbito pela doença no Estado, o Ministério da Saúde investiga um caso de óbito de um feto de 34 semanas. Houve transmissão vertical, que ocorre quando a mãe transmite para o bebê durante a gravidez ou parto. A investigação deve determinar se o vírus foi o causador da morte do feto.
"A gente identificou o vírus no natimorto mas a gente não tem critério de causalidade. O que é isso? Houve uma coincidência temporal entre a infecção da gestante e do bebê, com morte do bebê", detalha o secretário.
Entrega de microscópios aumenta capacidade de análise
A Sesa entregou dos 58 equipamentos, sendo 29 microscópios bacteriológicos e 29 estereomicroscópios (também conhecidos como Lupa Entomológicas). Os aparelhos serão utilizados para identificação e controle de vetores, inclusive os insetos causadores da dengue (Aedes aegypti), da febre maculosa (carrapato estrela) e da febre oropouche (Culicoides paraensis).
A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, frisa que a entrega faz parte do projeto de regionalização da saúde. "Os equipamentos fazem a detecção de batérias como também de vetores causadores de arboviroses, doenças causadas por mosquito, como dengue, zika, chikungunya, recentemente tivemos a detecção da febre oropouche", afirma.
Conforme Tanta, o simpósio e a entrega dos equipamentos faz parte da abordagem da saúde única, que é "o entendimento de que a gestão precisa articular o elos da saúde animal, ambiental e humana para que seja possível desenvolver estratégias de controle, prevenção e tratamento mais eficientes. A pandemia mostrou muito isso".
Um dos aspectos desse elo é justamente os vetores envolvidos. Os microscópios, que permitem a identificação dos vetores, vão equipar os laboratórios de entomologia em todo o estado.