Casos de febre do oropouche apresentam tendência de estabilização no Ceará
Conforme último boletim publicado pela Sesa, Ceará registra 171 casos confirmados da infecção
22:43 | Ago. 27, 2024
Casos de febre do oropouche no Ceará apresentam tendência de estabilização, conforme o secretário Executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Antonio Silva Lima Neto (Tanta). Conforme mais recente boletim epidemiológico publicado pela secretaria, na última sexta-feira, 23, o Ceará registra 171 casos confirmados da infecção.
Ele ponderam contudo, que ainda é preciso observar como os casos vão se comportar. Secretário avaliou o cenário durante entrega 58 novos microscópios para identificação e monitoramento de vetores, realizada na tarde de terça-feira, 27, durante o 2º Simpósio de Zoonoses, Entomologia e Controle de Vetores com Foco em Uma Só Saúde. Evento acontece na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
Conforme o secretário, os casos são registrados especificamente em áreas rurais de mata úmida. "Quando faz a transição para [regiões de] mata seca, não tem mais transmissão. Ele [vírus] é muito ligado aos hábitos do vetor. Ainda. Espero que seja assim, que o vetor não consiga se urbanizar", explica.
A maior quantidade de pacientes confirmados com a doença reside em Aratuba: 40. Os outros municípios com casos da doença são Capistrano (38), Pacoti (31), Mulungu (27), Redenção (21), Baturité (11) e Palmácia (3).
Não há confirmação de óbito pela doença no Estado, o Ministério da Saúde investiga um caso de óbito de um feto de 34 semanas. Houve transmissão vertical, que ocorre quando a mãe transmite para o bebê durante a gravidez ou parto. A investigação deve determinar se o vírus foi o causador da morte do feto.
"A gente identificou o vírus no natimorto mas a gente não tem critério de causalidade. O que é isso? Houve uma coincidência temporal entre a infecção da gestante e do bebê, com morte do bebê", detalha o secretário.
Entrega de microscópios aumenta capacidade de análise
A Sesa entregou dos 58 equipamentos, sendo 29 microscópios bacteriológicos e 29 estereomicroscópios (também conhecidos como Lupa Entomológicas). Os aparelhos serão utilizados para identificação e controle de vetores, inclusive os insetos causadores da dengue (Aedes aegypti), da febre maculosa (carrapato estrela) e da febre oropouche (Culicoides paraensis).
A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, frisa que a entrega faz parte do projeto de regionalização da saúde. "Os equipamentos fazem a detecção de batérias como também de vetores causadores de arboviroses, doenças causadas por mosquito, como dengue, zika, chikungunya, recentemente tivemos a detecção da febre oropouche", afirma.
Conforme Tanta, o simpósio e a entrega dos equipamentos faz parte da abordagem da saúde única, que é "o entendimento de que a gestão precisa articular o elos da saúde animal, ambiental e humana para que seja possível desenvolver estratégias de controle, prevenção e tratamento mais eficientes. A pandemia mostrou muito isso".
Um dos aspectos desse elo é justamente os vetores envolvidos. Os microscópios, que permitem a identificação dos vetores, vão equipar os laboratórios de entomologia em todo o estado.