Facções criminosas: 8 pessoas citadas em cadastros de "Majestade" são absolvidas pela Justiça

Réus são citados em cadastro da responsável financeira do Comando Vermelho. A Justiça considerou as provas insuficientes para condenação

Marcelo Oliveira do Nascimento, João Batista Paiva Januário, Arnold da Silva Queiroz, Leonan Oliveira Fernandes, Bruno Ilário de Sousa, Stenio Paz da Silva Gomes, Darciliane Vitor da Silva e Raialison Hermes Sousa Ribeiro foram absolvidos do crime de associação para o tráfico de drogas. A decisão é da Vara de Delitos de Organizações Criminosas no dia 5 de agosto. Os oito réus são apontados por ligação com Francisca Valeska Pereira Monteiro, conhecida como Majestade. 

Valeska Pereira Monteiro foi presa em agosto de 2021 no Rio Grande do Sul apontada como responsável pelo setor financeiro do Comando Vermelho no Ceará. A apreensão do aparelho celular da mulher que é conhecida como Majestade desencadeou a maior operação da Polícia Civil do Ceará, onde foram presas pessoas consideradas gerentes do tráfico da organização criminosa. 

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A investigação teve início após a extração de dados telemáticos no celular de Majestade. Foi verificado um grupo de WhatsApp chamado de "Conselho Biqueira", onde participavam integrantes do Comando Vermelho (CV) do alto escalão. E entre as conversas existia um cadastro com dados de pessoas que integravam a e estrutura criminosa.

Conforme a decisão judicial obtida pelo O POVO, depois de acessar os dados do aparelho a Polícia se deparou com a estrutura de hierarquia do CV separada por cargos. As mensagens possuíam o nome de pessoas apontadas como "dono de biqueira" (ponto de tráfico de drogas), apelido de quem apadrinhava essas pessoas e o endereço do ponto de drogas A partir desses dados houve um mapeamento do que seria o principal pilar do CV.

A Vara de delitos considerou que os autos não são suficientes para condenação dos acusados, pois seria necessário que fossem comprovadas a promoção, constituição, financiamento ou integração em organização criminosa.

"O único elemento concreto que existe nos autos que, em tese, indica que os acusados são integrantes do CV, é um cadastro contido no celular de Francisca Waleska Pereira Monteiro, no qual consta o nome dos acusados, endereço, vulgo dentro da facção e a identificação "frente de biqueira", que seria uma espécie de chefe do tráfico de determinada área", informa.

Em razão da insuficiência de provas a Vara de Delitos de Organizações Criminosas absolveu os oito réus. A falta de provas também foi considerada para a decisão de absolvição de outras pessoas alvo da operação que atuou com mais de 300 ordens judiciais. Majestade foi condenada a 15 anos de prisão. 

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