Ceará irá identificar padrões de crimes contra mulheres e áreas de maior violência

Medidas integram o trabalho proposto do programa Cientista Chefe que também irá atuar na área de violência contra mulher no Estado, onde foi lançado pela Secretaria das Mulheres nesta quinta-feira, 1º, no Palácio da Abolição, em Fortaleza

O Ceará irá identificar os padrões de crimes contra mulheres e as áreas de maior violência contra o público. As medidas integram o trabalho proposto do programa Cientista Chefe que também irá atuar na área de violência contra mulher no Estado. O programa foi lançado pela Secretaria das Mulheres (SEM) nesta quinta-feira, 1º, no Palácio da Abolição, no bairro Meireles, em Fortaleza.

O programa indicado também deve ter uma plataforma de dados, como o número de crimes de feminicídio, que apresentou uma redução neste ano, e de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) contra mulheres que, por sua vez, tiveram aumento da quantidade de casos. A análise dos números, como os crimes aconteceram e um mapeamento das regiões que eles aconteceram serão uma das principais linhas de pesquisas para entender o diagnóstico da violência.

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A metodologia vai reunir a atuação científica das Universidade Estadual do Ceará (Uece), por meio do Observatório de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Observem) em parceria com o Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Aplicados (LabGeo) da Uece, e do Observatório da Violência e dos Direitos Humanos da Universidade Regional do Cariri (Urca).

As instituições vão atuar de forma integrada com a Secretaria das Mulheres do Ceará (SEM) e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), que atuará na divulgação dos dados dos crimes contra as mulheres no Estado, além do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

Para auxiliar nesses resultados, a atuação do programa deve elaborar um boletim trimestral, que irá analisar o impacto das políticas públicas de enfrentamento à violência, um relatório de indicadores dos crimes. Serão destacados também um protocolo unificado de atendimento às mulheres em situação de violência. Também será destacado os índices de pessoas LGBTQIA+ no programa.

À frente do programa, a professora, socióloga e coordenadora do Observem, Helena Frota, destaca que todo crime contra a mulher deve ser investigado. “Tem que saber se é feminicídio, latrocínio ou se foi um crime pelo fato dessa mulher ser mulher. As universidades fazem suas pesquisas e o Estado executa”, afirma a professora.

De acordo com a vice-governadora do Ceará e titular da SEM, Jade Romero, a implantação das universidades no combate ao cenário de violência contra a mulher irá auxiliar na reformulação de políticas públicas e apoio. “Todo o conhecimento das universidades para trazer relatórios e observar os dados. Um órgão de assessoramento para fazer análise e a prestação de serviços às mulheres que precisam, eventualmente, de algum tipo de proteção”, destaca.

A professora Helena acrescenta que também será realizada uma pesquisa de satisfação para saber como está a relação dos equipamentos de atendimento às vítimas de violência e o que está faltando para reduzir os índices do cenário no Estado. Na plataforma de dados, a pesquisadora informa que será possível saber as mulheres que procuram a rede de apoio e as que não procuram. “Nós vamos saber até onde está indo o braço do Estado e onde não está indo”, detalha.

Uma das áreas de atuação do programa será direcionado para a região do Cariri cearense, onde segundo Helena, apresenta um cenário problemático. Por meio do Observatório da Violência e Direitos Humanos da Urca, a região terá um monitoramento de dados e expansão do monitoramento sobre o cenário da violência, além da produção de Boletins Enfrentamento à violência no Cariri.

Novas delegacias civis deverão implantar salas de acolhimento às mulheres

As novas delegacias civis do Ceará deverão implantar as Salas Lilás, equipamentos de acolhimento às mulheres vítimas de violência no Estado. A informação foi divulgada pelo titular da SSPDS, Roberto Sá, durante a fala no lançamento do programa na Secretaria das Mulheres.

Sá afirmou que a cada nova delegacia criada deverá ser implantada as salas lilás. “Que isso possa ser um projeto para nós e para a cada nova delegacia que for inaugurada uma sala lilás”, disse. A vice-governadora reiterou a fala do secretário e destacou a implantação dos espaços em “todos os novos equipamentos da Polícia Civil do Ceará”.

Atualmente, o Estado conta com 12 Salas Lilás em funcionamento nas cidades de Caririaçu, Farias Brito, Fortaleza, Itapipoca, Jaguaruana, Massapê, Meruoca, Nova Russas, Pedra Branca, Quiterianópolis, Santana do Cariri e Viçosa do Ceará. Os espaços proporcionam orientação às mulheres em situação de violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.

Atualizada às 20h18min

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