CE: Operação mira casal que teria movimentado R$ 10 milhões oriundos do tráfico

Homem e mulher investigados lavavam dinheiro a partir de empresas de fachada, indiciou investigação da Ficco. Foram apreendidos 34 veículos e três motoaquáticas

Uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE), deflagrada nesta quinta-feira, 1º, mirou um suposto esquema de lavagem de dinheiro que agia tanto no Ceará, quanto no Acre

Batizada de "Boiúna", a operação encontrou indícios de que um casal teria movimentado, entre 2017 e 2022, cerca de R$ 10 milhões sem que tivessem lastro econômico compatível. A suspeita é de que esse dinheiro tenha origem ilícita, especificamente, do tráfico de drogas.

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Conforme divulgado pela Polícia Federal, o branqueamento do dinheiro era feito a partir de empresas de fachada, assim como também se dava através de “sucessivos refinanciamentos de veículos de alto valor”.

O coordenador da Ficco, o delegado federal Igor Conti, detalhou que o casal se apresentava como empresário, mas as empresas geridas por eles ou não possuíam existência física no Acre, ou tinham bem menos funcionários que o necessário para o porte que diziam ter.

Conforme o delegado, foi constatado o caso, por exemplo, de uma empresa de 35 anos de existência que não tinha funcionários. Essas supostas empresas eram localizadas, sobretudo, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, e declaradamente atuavam do ramo de nutrição animal.

Na operação desta quinta, 34 veículos e três motos aquáticas que pertenceriam aos suspeitos foram sequestrados pela Ficco. O patrimônio do casal também incluía imóveis de alto padrão e mil cabeças de gado no Acre, afirmou Conti.

Ao todo, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cruzeiro do Sul, em um condomínio fechado em Maracanaú (Região Metropolitana de Fortaleza) e no bairro Granja Portugal, em Fortaleza. O casal não foi preso, mas eles tiveram passaportes apreendidos por ordem judicial e também deverão cumprir medidas cautelares que incluem avisar à Justiça caso precisem ausentar-se de Fortaleza.

A dupla investigada ainda teve a quebra do sigilo fiscal determinada. Ao lado do material apreendido durante os cumprimentos dos mandados, a quebra do sigilo fiscal dos investigados deve gerar mais elementos de prova, afirmou Igor Conti.

Conforme ele, a principal suspeita é de que os bens ostentados pelo casal são provenientes do tráfico de drogas. O homem já havia sido preso com quase 700 quilos de drogas, afirmou Conti. Eles também tinham antecedentes criminais por crimes patrimoniais.

Há também, afirmou o delegado, a suspeita de que os dois possuem relação com uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro e que predomina no Acre. (Colaborou: Alexia Vieira)

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