Covid-19 é a principal causa entre SRAGs para internação de idosos no Ceará, indica Fiocruz
Estado está entre as unidades federativas mais afetadas pelo vírus na faixa etária; especialistas reforçam importância de vacinação
10:58 | Jul. 12, 2024
As internações de idosos por quadros de Covid-19 segue sendo destaque no cenário de saúde do Ceará. Segundo dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o vírus tem sido a principal causa de internações na faixa etária entre as Síndromes Respiratórias Aguda (SRAGs).
O cenário já havia sido evidenciado pela Fundação no boletim Infogripe da última semana onde também foram destacadas as entradas de crianças em hospitais por Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Além do Ceará, Piauí e Amazonas são evidenciados como os mais afetados pela incidência do vírus entre os dias 30 de junho a 6 de julho.
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“Chamamos atenção para uma leve atividade do vírus no Norte e Nordeste, com especial destaque para o Amazonas, Ceará e Piauí, onde a maioria das internações por SRAG em idosos nas últimas semanas foi causado por Covid-19”, pontua a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz), Tatiana Portella.
Para o orientador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Carlos Garcia, o aumento pode ser atribuído a novas variantes do coronavírus, que se mantém em constante mudança.
"Como existem possibilidades de mutação e novas variantes do vírus, é uma vacina que sempre precisa ser atualizada. Uma vacina em que a gente vai precisando fazer uso periodicamente e em intervalos mais curtos, como a da influenza", explica.
País apresenta sinais de estabilização em síndromes respiratórias
Além do cenário de Covid-19 no Norte e Nordeste, o quadro geral das SRAGs tem apresentado diferentes recortes ao redor do País. Assim como na semana passada, a incidência e mortalidade do VSR permanece alta entre as crianças até os dois anos de idade.
Outro ponto destacado é a manutenção do crescimento do rinovírus, causador dos resfriados comuns, na maioria dos estados do Sudeste. Apesar desses aumentos, o espectro geral apresenta um momento de estabilização, devido a interrupção dos avanços dos vírus em outras localidades do País.
“No cenário nacional, há sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas) nos casos de SRAG. A diminuição da SRAG no agregado nacional se deve a uma queda ou interrupção no crescimento das SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora ainda estejam em ascensão em outros”, observa a pesquisadora.