Incêndios em edificações comerciais aumentam em 21,9% no Ceará, informa Corpo de Bombeiros
No ano de 2023, o CBMCE atendeu 533 chamados para incêndios em edificações comerciais, o número que suplanta o registrado nos quatro anos anteriores
15:12 | Jul. 01, 2024
Entre janeiro e junho deste ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) registrou um aumento considerável no número de ocorrências relacionadas a incêndios em edificações comerciais. Conforme os dados coletados pela corporação, foram contabilizadas 256 ocorrências nos primeiros seis meses de 2024 contra as 210 registradas no mesmo período do ano anterior, o que sinaliza um aumento de 21,9%. A média é de uma ocorrência anotada por dia.
Na última quinta-feira, 27, um incêndio de grandes proporções destruiu duas lojas no Centro de Fortaleza. Chamas atingiram área localizada entre as ruas General Sampaio, Guilherme Rocha, 24 de maio e São Paulo. O fogo só foi debelado pelo Corpo de Bombeiro na sexta-feira, 28.
Em virtude desse contexto, o Corpo de Bombeiros faz um alerta para a necessidade de reforçar a segurança contra incêndios em imóveis comerciais, bem como a importância da regularização do certificado de conformidade junto ao Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndio (Cepi).
No ano de 2023, o CBMCE atendeu a 533 chamados para incêndios em edificações comerciais, o número que suplanta o registrado nos quatro anos anteriores. Em 2022 foram 484 ocorrências, seguido por 423 em 2021, 437 em 2020 e 472 em 2019.
Confira os registros nos últimos cinco anos
2019 - 472 ocorrências de incêndio registradas, sendo 378 na Capital e 94 no Interior
2020 - 437 ocorrências de incêndio registradas, sendo 349 na Capital e 88 no Interior
2021 - 423 ocorrências de incêndio registradas, sendo 321 na Capital e 102 no Interior
2022 - 484 ocorrências de incêndio registradas, sendo 382 na Capital e 102 no Interior
2023- 533 ocorrências de incêndio registradas, sendo 423 na Capital e 110 no Interior
No que se refere a casos de incêndio, a maioria das ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará são em residências. Em segudno lugar estão os incêndios em edificação comercial, ou seja, em lojas, comércios e empresas.
Para que os casos sejam classificados como ocorrências, basta que haja um registro via telefonema. Mesmo que o incêndio tenha sido contido, é necessário que a equipe do corpo de bombeiros faça uma averiguação no local para identificar a existência de risco.
Para atender a quantidade de ocorrências na Capital e Interior, conforme explica o capitão do CBMCE, Romário Fernandes, a corporação busca distribuir as equipes "da forma mais racional possível, permitindo que haja unidades capazes de atender as demandas de praticamente todos os locais onde há um mínimo de concentração popular no Estado".
As cidades cearenses que mais registraram casos de incêndio comercial em 2024, de acordo com o capitão, são diretamente proporcionais à população do respectivo município, dessa forma, lideram a lista: Fortaleza, Caucaia, Sobral, Maracanaú e Juazeiro do Norte.
No Centro de Fortaleza, por exemplo, duas lojas foram destruídas em decorrência de um incêndio na última quinta-feira, 27. Questionado acerca dos riscos que as edificações comerciais podem trazer à população, Romário explicou que as cidades onde se concentram o comércio são problemáticas, tendo em vista que agrupam uma quantidade expressiva de material inflamável.
"Se tratando do Centro de Fortaleza, têm muitas lojas que foram construídas em imóveis muito antigos e que não têm, às vezes, a manutenção adequada. É muito importante que, quem quer que vá empreender seu dinheiro em montar uma loja em um local como esse, tome todas as devidas precauções no que diz respeito ao cuidado com a estrutura", completa.
No que se refere à fiscalização desses pontos comerciais, Fernandes esclareceu que o Corpo de Bombeiros fica a cargo das condições de segurança contra incêndio e pânico. Contudo, vistorias estruturais e em instalações elétricas não é de responsabilidade do CBMCE.
"A gente tem uma grande quantidade de incêndio nesses imóveis mais antigos associados a problemas elétricos, causas elétricas, seja em instalações mal feitas, instalações antigas, sobrecargas, muitos aparelhos ligados em instalações que não são adequadas para aquela demanda elétrica", discorre.
As condições supracitadas são de responsabilidade do proprietário do imóvel. Além disso, é fundamental que o dono do estabelecimento disponha de um seguro incêndio comercial, que minimiza as consequências dos riscos associados aos danos causados por incêndios em imóveis.
"Você nunca sabe quando pode acontecer uma coisa no vizinho, como foi o caso dessa última ocorrência (no Centro de Fortaleza), então ter um seguro é fundamental para que, caso aconteça uma situação dessa, você esteja resguardado", finaliza o capitão Romário.
Recomendações para evitar incêndios
Para evitar casos de incêndio, o Corpo de Bombeiros orienta que os comerciantes sigam as medidas preventivas, como a regularização da situação dos estabelecimentos junto ao Cepi, e a instalação dos sistemas preventivos (extintores e alarmes).
Além disso, é fundamental que os equipamentos estejam funcionando corretamente, conforme as especificações do plano de combate a incêndios aprovado pelo CBMCE. Outra medida importante é a realização de treinamentos periódicos com a brigada de incêndio, para que os funcionários estejam preparados para agir em situações de emergência.
O CBMCE também orienta a realização de manutenções preventivas nas instalações elétricas e hidráulicas dos espaços comerciais, visto que a maioria dos incêndios originam-se em problemas nessas instalações.
O que fazer em casos de incêndio
A recomendação é que a população evite que o incêndio ocorra, mas, se acontecer, é fundamental seguir as orientações:
- Acionar o Corpo de Bombeiros por meio do número 193;
- Evacuar o local;
- Se possível, ao sair do local fechar todas as portas e janelas, ação conhecida como “compartimentação”.
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Atualizada às 17h50min