Chacina em Viçosa, com 7 mortos, é a maior no Ceará desde 2020; relembre

Com sete mortos, esta também a quarta chacina registrada no Ceará em 2024. As outras aconteceram em Aracoiaba, Cascavel e Caucaia, com quatro mortes cada

16:02 | Jun. 20, 2024

Por: Dayanne Borges
As vítimas da chacina em Viçosa do Ceará foram rendidas com mãos para o alto antes de serem executadas (foto: Via WhatsApp O POVO )

A chacina registrada na madrugada desta quinta-feira, 20, é a quarta deste ano e a maior no Ceará desde de 2020. Sete pessoas foram mortas e duas ficaram feridos - os crimes estariam relacionados a brigas entre facções criminosas. As outras chacinas aconteceram nos municípios de Aracoiaba, Cascavel e Caucaia, todas com quatro mortos cada.

Duas das chacinas registradas neste ano no Ceará aconteceram no mesmo dia, 17 de fevereiro. Em Caucaia, em um sítio localizado em Urucutuba, quatro mulheres foram mortas.

Um sobrevivente do crime, que conseguiu escapar porque estava em um quarto onde os criminosos não entraram, revelou a autoria da chacina. 

A outra chacina registrada naquele dia foi em Aracoiaba e motivada por vingança. As quatro vítimas foram o secretário municipal de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, Kennedy Guedes da Silva; o empresário conhecido como “Pequim” e dono do sítio onde aconteceu o crime, Antônio Péricles Monteiro; o sobrinho de Péricles, João Pedro Ricardo; e Mateus da Silva Bezerra, o genro do vice-prefeito de Aracoiaba, Helder Paz. Eles tinham 36, 48, 24 e 25 anos, respectivamente.

Em Cascavel, a chacina aconteceu dia 2 de março, quando quatro pessoas foram mortas dentro de uma casa.

O POVO apurou na época que a vítima 30 anos tinha passagens na Polícia por tentativa de homicídio, corrupção de menor e porte ilegal de arma de fogo. Outra vítima da chacina tinha 28 anos. Os outros dois mortos não foram identificados formalmente.

Relembre as chacinas ocorridas no Ceará nos últimos anos

2024 - Ceará registra terceira chacina em menos de um mês

2023 - Ceará já teve quatro chacinas em 2023, uma a mais que em 2022 inteiro

2022 - Ceará termina 2022 com três chacinas registradas, redução em relação a 2021

2021 — Sete chacinas, que deixaram 31 mortos
11 de abril — Chacina no Parque São Gerardo, em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza): 4 mortos

25 de abril — Chacina no bairro Barroso, em Fortaleza: 4 mortos e um suspeito morto em intervenção policial

31 de julho — Chacina em Boqueirão das Araras, Caucaia: 5 mortos

18 de setembro — Chacina em Chorozinho (Região Metropolitana de Fortaleza): 4 mortos

4 de outubro — Chacina em Guaraciaba do Norte (Serra da Ibiapaba): 4 mortos

11 de dezembro — Chacina em Viçosa do Ceará (Serra da Ibiapaba): 4 mortos

25 de dezembro — Chacina no bairro Sapiranga, em Fortaleza: 5 mortos.

2020 — Três chacinas, que deixaram 16 mortos

14 de maio — Chacina em Maranguape (Região Metropolitana de Fortaleza): 4 mortos

18 de outubro — Chacina em Quiterianópolis (Sertão dos Inhamuns): 5 mortos

29 de novembro — Chacina em Ibaretama (Sertão Central): 7 mortos

2019 — Uma chacina, que deixou quatro mortos
29 de março — Chacina no bairro Mondubim, em Fortaleza: 4 mortos

2018 — Oito chacinas, que deixaram 62 mortos
7 de janeiro — Chacina em Maranguape: 4 mortos

27 de janeiro — Chacina no bairro Cajazeiras, em Fortaleza: 14 mortos

29 de janeiro — Chacina em Itapajé (Vale do Curu): 10 mortos

9 de março — Chacina no bairro Benfica, em Fortaleza: 7 mortos

28 de junho — Chacina em Quixeramobim (Sertão Central): 4 mortos

13 de julho — Chacina em Palmácia (Maciço de Baturité): 5 mortos

14 de julho — Chacina em Quiterianópolis: 4 mortos

7 de dezembro — Intervenção policial em Milagres (Cariri Cearense): 14 mortos

1878 — Viçosa — 19 mortos

Conflito entre duas famílias, Macacheira e Juritis, iniciado pela criação de porcos que destruía a plantação de um dos clãs, deixou 19 mortos. Conforme reportagem do O POVO de 1º de setembro de 1956, baseada nos arquivos do Cartório de Ibiapina, a família Juriti reuniu um grupo armado e dirigiu-se às terras dos rivais, ateando fogo na fábrica de aguardente dos Macacheira e atirando com bacamartes, uma arma de fogo de cano curto e largo, contra os rivais.