Ceará ultrapassa a média de chuvas registrada em todo o ano passado

Até o momento, as chuvas estão 25,3% acima da média anual. Apesar do fim da quadra chuvosa, 35 açudes ainda sangram no Estado

Somente nos primeiros seis meses de 2024, o Ceará ultrapassou a média de chuvas registrada em todo o ano passado. Até esta segunda-feira, 17, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Estado acumulou uma média de 859,5 milímetros (mm) de chuva. Já em 2023, a média observada foi de 839,6 mm.

Até o momento, as chuvas no Estado estão consideradas dentro do normal, com um desvio positivo de 25,3% em relação a média climatológica anual, que é de 809,1 mm. Já em todo o ano anterior, as chuvas também foram consideradas dentro do esperado, com um desvio positivo de 3.8%.

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Os dados positivos têm relação direta com as precipitações entre fevereiro e março, equivalentes ao período de quadra chuvosa no Ceará. Somente entre esses meses em 2024, houve um acumulo de 763.2 milímetros no estado, considerado dentro da média para o quadrimestre, que é de 609,2 mm.

Já em relação ao ano anterior, o período da quadra chuvosa resultou numa média de 644mm, também dentro do esperado para a época e resultando num desvio positivo de 5.7%.

Ainda segundo a Funceme, em todo o ano de 2024, o município que registrou maior acumulado de chuvas foi Barroquinha, no Litoral Norte. Até esta segunda-feira, 17, a cidade registrou 2.413 mm. Em relação ao esperado anual, que equivale a 1.123 milímetros, houve um desvio positivo de 114%.

Fortaleza, por sua vez, registra o segundo maior acumulado do Ceará até o momento, com 1.903,8 mm. O desvio positivo é de 29.9% em relação à média anual, que equivale a 1.465,7 mm.

Apesar da alta nas chuvas recentes no Ceará, é provável que esse índice diminua nos próximos meses, devido à aproximação do característico período de estiagem no Estado.

“A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é caracterizada por uma banda de nuvens altamente convectivas que circula a faixa equatorial do globo terrestre e, nesta época do ano, influencia as chuvas no estado, principalmente na região do centro-norte. Com o deslocamento da ZCIT para o Hemisfério Norte, já no final de maio, naturalmente houve uma redução de chuvas no estado”, explica o meteorologista da Funceme, Frank Baima.

De acordo com o especialista, os meses de junho e julho, popularmente denominados de pós-estação, apresentam valores pluviométricos reduzidos quando comparados à estação chuvosa. Já entre agosto e setembro é estabelecido o período seco do estado, onde o forte calor predomina.

Ceará ainda tem 35 açudes sangrando

Com o fim da quadra chuvosa, o nível dos açudes, que passaram quatro meses acumulando carga d'água, começa a reverter e a graduadamente secar até a próxima temporada de chuvas. Nesta segunda-feira, 17, o Ceará está com 56,7% da capacidade hídrica dos 157 maiores reservatórios, monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Atualmente, 35 açudes ainda estão sangrando. Ao todo, 76 reservatórios chegaram a 100% da capacidade em 2024. Em abril, eram 72 vertendo ao mesmo tempo, o que representou a melhor marca desde 2009. Esse volume é resultado da temporada mais chuvosa em 15 anos.

Outros 42 açudes estão com volume superior a 90%. Segundo a Cogerh, o aporte deste ano garante o abastecimento hídrico da Grande Fortaleza pelos próximos cinco anos.

 

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