Ceará tem 16,6 mil ruas com o nome de São José; 177 mil não têm nome

Os dados compilados pelo Censo Demográfico 2022 foram incluídos no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (Cnefe)

Dentre os nomes mais comuns de ruas e avenidas do Brasil, está o de São José, padroeiro do Ceará. No Estado, o santo nomeia 16.669 logradouros. Santo Antônio e São Paulo são outros dos homenageados frequentemente nas ruas do Ceará, com 11.204 e 4.288 vias nomeadas. Outros 117.095 endereços estão em logradouros que não possuem nomes.

Os dados compilados pelo Censo Demográfico 2022 foram incluídos no Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (Cnefe). A base traz as informações detalhadas de todos os mais de 106 milhões de endereços do Brasil.

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“Teoricamente, o nome da rua deveria ser aquele nome bem técnico, definido por um órgão, como a prefeitura. Mas o que a gente acaba encontrando são regiões e localidades em que não chegou essa questão técnica e a própria população se apropria daquilo”, afirma Pedro Rodolfo Freitas de Matos, membro da equipe de trabalho do Cnefe no Ceará.

São comuns também ruas com o nome de Sete de Setembro e Brasil. Além de santos e datas históricas, os títulos dos logradouros homenageiam padres, professores, coronéis, presidentes e vereadores.

Nomes comuns em ruas do Ceará

  • Sem denominação: 177.095
  • Principal: 7.063
  • Santo Antônio: 11.204
  • São José: 16.669
  • A: 10.534
  • B: 10.446
  • Brasil: 1.114
  • Um: 6.494
  • Sete de setembro: 4.395
  • Dois: 6.148
  • São Paulo: 4.288

Em evento de lançamento dos dados em Fortaleza, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, descreveu a utilidade das informações para pesquisas e para o planejamento de políticas.

“Com base nessas informações, podemos saber melhor a distribuição da população por serviços públicos. Planejar o país, para onde vai crescer a população brasileira, quantas escolas serão planejadas, em que localizações, esse é um exemplo de uso”, disse.

Com os recursos, o presidente acredita que as políticas podem ser mais certeiras, chegando a quem precisa. “Agora os prefeitos, os governadores, os ministros, quem toma as decisões públicas tem a sua disposição um conjunto de informações que permitam precisar melhor as políticas públicas e avaliar melhor os resultados”, completou Pochmann.

É o caso das ruas sem nome. Rodolfo explica que isso alerta para desordenação nas cidades e ocupações irregulares. “Às vezes por uma questão de recurso, de falta de gente mesmo, as prefeituras ou órgãos competentes não conseguem abarcar toda aquela população. E [a população] fica nessa situação de ter que improvisar sua localidade”, afirmou.

O cadastro de endereços pode ajudar no mapeamento de serviços essenciais, como esgotamento sanitário, acesso à água e coleta de lixo. “Realmente isso vai fortalecer e melhorar a cidadania”, disse Rodolfo.

Parte dos dados já havia sido disponibilizada para os governantes do Rio Grande do Sul, em meio a tragédia climática que assolou o estado. “Você pode pegar uma área que foi atingida por uma chuva intensa desta, e sobrepor com os dados do cadastro e contabilizar endereços, domicílios, estabelecimentos que foram impactados. Você pode inclusive saber quais, com nome do estabelecimento, além da coordenada geográfica”, explicou Eduardo Baptista, gerente do Cnefe.

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