Elmano reconhece "frase não muito feliz" sobre greve nas universidades
Governador, no entanto, manteve a postura contrária à paralisação das aulas nas universidades estaduaisO governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), voltou a falar sobre a greve dos professores das universidades estaduais e classificou a fala na qual criticou o movimento grevista, no início da semana, de “não muito feliz”. Ele falou sobre o assunto na manhã deste sábado, 8, antes de reunião com seu secretariado.
Na última terça-feira, 4, Elmano foi criticado após declarar achar injusto que um professor com salário de R$14 mil fizesse greve e não desse aula para alunos, em sua maioria, oriundos de famílias pobres.
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“Nessa semana dei uma entrevista com uma frase, digamos, não muito feliz. Mas eu falei de fato talvez porque não deu pra pensar uma frase. Mas realmente eu tenho essa opinião. Vocês sabem que eu sou advogado, vindo do meio popular, do povo mais pobre do Ceará, e eu efetivamente acho justo que os professores da universidade ganhe R$14 mil”, declarou.
Crítica à manutenção da greve
Ao mesmo tempo que reconheceu o impacto negativo de sua fala, o governador marcou posição contrária à greve que está em curso nas universidades públicas estaduais.
“Mas com a proposta que fizemos, e o sindicato acordou conosco e a categoria negou, não me parece razoável que, com R$14 mil, um reajuste real, melhoria no plano de cargos e carreiras, alguém achar que é tão ruim, fazer greve e não dar aula para um aluno, que na sua ampla maioria, é aluno pobre. Eu realmente não considero justo a greve”, pontuou Elmano.
Manifestações ao longo da semana
A fala de Elmano na última terça, 4, causou indignação entre as entidades ligadas a professores. O Sindicato União dos Trabalhadores em Educação (Sindiute) lançou uma moção contra a declaração de Elmano. No documento, o sindicato se disse “indignado” e incitou Elmano a atender as demandas dos docentes.
Já o Sinduece, classificou a fala de Elmano como “fake News”, e disse que os fatos podem ser facilmente acessados no Portal da Transparência.
A greve dos professores de parte das universidades estaduais do Ceará (Universidade Estadual do Ceará e Universidade Regional do Vale do Acaraú), já dura mais de dois meses. A greve na Universidade Regional do Cariri (Urca) foi encerrada em maio.