Veja como foi a gestão de Roberto Sá à frente da segurança pública no ES

Novo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) foi anunciado nesta segunda-feira, 27, pelo governador Elmano de Freitas (PT) por meio das redes sociais

19:23 | Mai. 27, 2024

Por: Lucas Barbosa
NOVO titular da SSPDS visitou a pasta em 2019 (foto: Divulgação/SSPDS)

Anunciado como novo titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) nesta segunda-feira, 27, o tenente-coronel PM e delegado federal Roberto Sá, além de secretário da segurança pública do Rio de Janeiro, também geriu a área no Espírito Santo entre janeiro de 2019 e abril de 2020. 

O primeiro ano de Sá à frente da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp-ES) foi marcado por uma redução de 11% no número de homicídios no estado em comparação com o ano anterior. Em agosto de 2019, a Sesp chegou a anunciar que os números de homicídios no estado capixaba nos oito primeiros meses do ano chegaram ao patamar mais baixo para o período desde 1996.

Os assassinatos, porém, aumentaram em 2020 e, com isso, Roberto Sá foi demitido pelo governador Renato Casagrande (PSB). Nos três primeiros meses de 2020, 366 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte foram registradas no Espírito Santo, número 24,06% maior que o mesmo período de 2019. O secretário citou a pandemia de coronavírus como um dos motivos para o aumento.

Um mês antes de cair, Roberto Sá precisou enfrentar uma crise de segurança quando criminosos bloquearam algumas das principais avenidas da capital Vitória. Eles apedrejaram e incendiaram veículos e fizeram com que comércios e serviços públicos fechassem as portas.

Quando Sá foi demitido, o colunista de política do jornal capixaba A Gazeta, Vitor Vogas, escreveu que contribuiu para a decisão o fato do secretário ser visto como alguém “acadêmico e estrategista”, mas “pouco operacional”. “Com o coronel Ramalho (que substitui Sá), Casagrande busca alguém que ‘vá mais para as ruas’”, afirmou o colunista.

Plano de Segurança Pública adotado por Roberto Sá no Espirito Santo

Desde 2011, o governo do Espírito Santo toca o programa "Estado Presente em Defesa da Vida", que visa a integração de diversas pastas em atuação multissetorial para combater a violência — iniciativa semelhante aos cearenses Ceará Pacífico e Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio).

Foi durante a gestão Sá que, em 2019, foram publicados “manuais básicos” dos eixos de proteção social e proteção policial do programa. Neste último, que era tocado pela Seas, era definido que a pasta “direcionará suas ações e investimentos no enfrentamento qualificado à criminalidade, com estratégias específicas, uso da atividade de inteligência, modernização dos sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), na promoção da integração operacional das forças policiais e na gestão compartilhada da responsabilidade territorial”.

Eram delimitados cinco parâmetros para atuação policial: “Identificação de homicidas e integrantes de grupos criminosos; Realização de operações de repressão qualificada e de cumprimento de mandados judiciais; Mapeamento de locais de risco e pontos de comércio ilegal e de circulação de drogas e de armas de fogo; Elaboração de planos de ação integrados com foco nas áreas de risco com indicadores desviantes; Redirecionamento de recursos humanos e logísticos para as estruturas dedicadas ao combate aos crimes letais intencionais”.

O Governo do Espírito Santo ainda adotou uma meta de reduzir em 3,5% o número de homicídios ao longo dos quatro próximos anos.

Sá visitou SSPDS em 2019 e elogiou iniciativas

Em 25 de abril de 2019, enquanto titular da Sesp, Roberto Sá fez uma visita técnica à sede da SSPDS, então comandada pelo também delegado federal André Costa. “A ideia é verificar, in loco, como funcionam os projetos desenvolvidos aqui, como eles foram concebidos, quais os seus conceitos, requisitos técnicos e como seriam aplicados na prática”, declarou à época.

“Acabei de conhecer a Ciops e ver como o Spia é utilizado no mundo real. Então, eu estou encantado com o que vi e se dependesse de mim, assinaria, neste momento, um convênio com a Secretaria da Segurança do Ceará. É uma iniciativa louvável e, no meu ponto de vista, um exemplo para todos nós do Brasil, um case de sucesso”. (Com informações de Kleber Carvalho/Especial para O POVO)