Operação de combate a crimes sexuais contra crianças prende 108 pessoas no Ceará

No Ceará, 108 pessoas foram presas na operação nacional "Caminhos Seguros", contra abuso e exploração sexual infantil, que aconteceu entre os dias 2 e 20 de maio. Na manhã desta sexta-feira, 24, um professor de 32 anos, que dava aulas em Quixadá, teve sua prisão efetivada no município de Choró por abuso e crime sexual. Em todo o Brasil, 196 crianças foram resgatadas e 10 toneladas de drogas foram apreendidas durante a ofensiva. 

Durante o balanço da ação, apresentado no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) nesta sexta-feira, 24, o delegado Harley Filho, coordenador do Planejamento Operacional de Segurança Pública, destacou que a operação contou também com palestras com intuito de explicar e identificar a exploração sexual infanto-juvenil. De acordo com o delegado, mais de 1.800 pessoas atuaram no curso da operação.

A delegada Janaina Braga, diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil, detalhou como aconteceram as ações educativas durante a operação “Caminhos Seguros”. “Foram realizadas várias rodas de conversa com alunos, professores e pais, de modo a envolver toda a sociedade para debater esse tema, pois sabemos também o quanto é difícil denunciar um crime como esse. Muitas vezes o agressor está próximo da criança e do adolescente, por isso a importância de a sociedade colaborar e denunciar”, afirma. Segundo a delegada, o combate efetivo contra crimes sexuais contra crianças e adolescentes começa a partir da informação.

Caso em Quixadá 

Nesta sexta-feira, 24, um professor de 32 anos, de Quixadá, foi preso por abuso e crime sexual. Segundo a delegada Janaína Braga, já existia um inquérito aberto contra ele por crime sexual contra crianças e adolescentes desde o ano passado e ele já havia sido afastado de uma escola.

Este ano, o suspeito foi denunciado por outras alunas de outros colégios e, com o avançar do novo inquérito, foi decretada a prisão preventiva do homem. De acordo com a delegada, o suspeito abordava as alunas por meio das redes sociais e o assédio acontecia durante as aulas. 

Janaína Braga destacou que o crime de abuso e exploração sexual infantil pode ser multifacetado. “Pode ser por meio do contato físico, troca de mensagens e fotografias e filmagens. A delegada frisou que nem sempre a criança e o adolescente sabem identificar o crime. Às vezes acha que é só um carinho", afirma. 

Também foi efetuado mandado de prisão definitiva e criminosos foram condenados. Mais de 2.289 estabelecimentos, como postos de gasolinas e outros pontos onde os abusos são identificados, foram fiscalizados.

Nacionalmente, a ofensiva é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP).