Primeira Infância Antirracista: 34 municípios do Ceará recebem o programa

Regiões selecionadas vão participar de ciclos de debate, formação e aprimoramento aos Planos Municipais pela Primeira Infância (PMPIs) pela Unicef em parceira com demais organizações a partir de julho deste ano

No Ceará, 34 municípios foram selecionados para receber o programa Primeira Infância Antirracista (PIA) pelo Unicef em parceira com Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Governo do Estado. A estratégia que busca coibir a prática racista e educar crianças para respeitar todas as etnias foi lançada oficialmente às regiões, nesta segunda-feira, 20, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.

As cidades foram selecionadas a partir de uma avaliação dos Planos Municipais pela Primeira Infância (PMPI) de cada região pela Unicef e demais organizações. Foi analisado em cada documento as propostas vigentes já expostas pela gestão municipal, recursos disponíveis e a quantidade populacional de pessoas negras, indígenas e quilombolas residentes nos municípios.

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Dos 184 municípios, 34 foram selecionados com base nesses critérios para essa primeira fase. O chefe do escritório do Unicef no Ceará, Rui Aguiar, diz que os municípios serão contatados no próximo mês de junho para explicar o projeto e o que cada região pode aprimorar nas ações antirracistas na primeira infância.

“Mostrar onde eles têm que aprimorar o plano da primeira infância. Depois disso, os municípios vão mobilizar técnicos, entre gestores e professores, para participar das oficinas para o aperfeiçoamento do que seria uma primeira infância antirracista”, explica.

As formações serão divididas em três polos regionais para início das oficinas presenciais a partir de julho com a presença de profissionais da rede pública e lideranças comunitárias das cidades selecionadas. A primeira oficina contará com os municípios da Região Metropolitana, Sertão Central e Jaguaribe, com formação a ser realizada em Fortaleza.

O segundo polo será composto por municípios do Litoral Oeste e Região Norte, com formações a serem realizadas em Sobral, na região Norte do Estado. O último polo será composto por municípios da região do Cariri cearense, com oficina a ser realizada na cidade do Crato.

Em cada oficina, serão trabalhados os impactos do racismo no desenvolvimento infantil, branquitude e presença de especialistas cearenses, assim como gestores das áreas da saúde, educação e assistência social.

Serão trabalhados também análise de dados e discussão sobre as barreiras para implementação de práticas antirracistas e quais planos de atividades ou ações podem ser desenvolvidas em cada território e como o PIA pode ajudar.

“Não queremos só trilha formativa, tem que se comprometer em mexer com seus planos municipais na primeira infância”, afirma a secretária da Igualdade Racial do Ceará, Zelma Madeira.

Ainda segundo a secretaria, a partir das formações serão discutidos com os municípios os planos para saber o que está faltando de ações e diagnósticos acerca das relações raciais. “Estamos preocupados com as entregas e que haja um comprometimento das secretarias. É qualificar o instrumento [plano] e colocar em prática e socializar práticas antirracistas no cotidiano das instituições que podem contribuir para o desenvolvimento da primeira infância”, destaca.

A CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Mariana Luz, destaca que a primeira infância é uma responsabilidade do estado, da família e da sociedade. Mariana afirma que a maioria das crianças na primeira infância está na zona de pobreza.

“O debate da primeira infância é um debate econômico, social, na educação, na saúde, mas ele é, sobretudo, um debate sobre desigualdade e de inclusão, justiça social e, por isso, é que o país precisa abraçar a primeira infância”, comenta.

Conforme a mobilizadora Selo Unicef em Araripe, Bruna Costa, a região vem buscando atuar em todos os âmbitos da sociedade, como saúde, educação, assistência, proteção entre outros. Entre as ações já realizadas na região, ela destaca as formações continuadas dentro da educação a partir de material étnico-racial para docentes da educação infantil.

“Trouxemos universidades do sul cariri, como a URCA, para trabalhar com a comunidade tradicional do Quilombo de Arruda para, principalmente, refazer seu Projeto Político Pedagógico (PPP) condizente com educação antirracista também, e com valorização da cultura local”, cita a mobilizadora.

O PIA foi lançado em maio do ano passado e estava presente apenas em seis capitais brasileiras, incluindo Fortaleza. A Estratégia é uma das alternativas que têm surgido para o combate ao racismo dentro e fora das escolas. A medida busca levar as discussões sobre combate ao racismo até instituições da saúde, educação e assistência social.

O objetivo dessa iniciativa é capacitar esses profissionais do cotidiano para o atendimento a pessoas negras e indígenas. Na solenidade, ainda estiveram presentes a secretária da Proteção Social (SPS), Onélia Santana, a secretária dos Povos Indígenas, Juliana Alves, e demais representantes estaduais e municipais.

Veja a lista dos municípios que integram o programa

Acaraú
Aquiraz
Araripe
Baturité
Beberibe
Brejo Santo
Caucaia
Crateús
Crato
Fortaleza
Granja, Horizonte
Icapuí
Iracema
Itapipoca
Itarema
Maracanaú
Mauriti
Missão Velha
Monsenhor Tabosa
Novo Oriente
Pacatuba
Pacujá
Poranga
Porteiras
Quiterianópolis
Quixadá
Salitre
São Benedito
São Gonçalo do Amarante
Sobral
Tamboril
Trairi
Tururu.

 

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