Povo Jenipapo-Kanindé recebe novas certidões com nome da etnia
Defensoria realizou a entrega de novas certidões de nascimento aos indígenas com nome da etnia Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz
Foi realizada nesta semana a entrega das novas certidões de nascimento que constam a etnia de povos indígenas do Ceará. A primeira aldeia a ser beneficiada com o projeto 'Povos do Siará" foi a Jenipapo-Kanindé. A entrega dos documentos aconteceu nesta terça-feira, 14, na Lagoa Encantada, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Os documentos foram entregues pela Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado (TJCE) e a Secretaria dos Povos Indígenas (Sepince).
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Em comemoração a semana do "Registre-se", o evento celebrou a alteração da documentação da população da etnia. A retificação possibilita que outros documentos possam ser corrigidos junto aos cartórios.
O projeto "Povos do Siará" visa garantir a cidadania da população indígena do Ceará, como um meio de realizar a retificação do registro civil e a inclusão da etnia nos documentos. Foi realizada uma série de entrevistas com homens e mulheres que fazem parte da comunidade Jenipapo-Kanindé, que recebeu o mutirão da DPCE.
A primeira pessoa a receber a nova certidão com registro de sua etnia foi a Cacique Irê, Juliana Alves. “Isso significa que as nossas futuras [gerações] terão acesso e direito a essa documentação, que um dia nos foi negada, que as futuras gerações possam dar continuidade a essa história de luta e de vida”, disse Cacique Irê em nota divulgada pela DPCE.
Ela ressalta ainda que receber essa certidão é como se estivesse nascendo de novo. “Hoje, podemos provar que existem povos indígenas no Estado. Pois é um dia de muita alegria para o nosso povo. Isso é um direito nosso”, disse Juliana Alves.
De acordo com TJCE, a entrega das certidões de nascimento foi prestigiada por defensores públicos, pelo secretário executivo dos Direitos Humanos no Ceará, professor Jovanil Oliveira, representantes da comunidade Jenipapo-Kanindé e pelo indigenista da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Gustavo Guerreiro.