11 pessoas estariam envolvidas em golpe que utilizou nomes de políticos cearenses, diz Polícia

Uma mulher de 30 anos foi presa. Os golpes eram aplicados por meio do WhatsApp. As investigações do crime duraram seis meses

Uma operação policial nomeada de "O Clone" desarticulou a ação de um grupo suspeito de aplicar golpes por meio de fraudes do nome e imagens de políticos de vários estados. No Ceará, nomes e imagens como o da vice-governadora Jade Romero e da secretária estadual de Articulação Política, Augusta Brito, foram utilizados para os golpes. A Polícia identificou nove pessoas que participavam do esquema, além do casal que articulava os crimes.

As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 13, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), na Capital. Os delegados Edvando França, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Ceará, e Alan Araújo, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), deram detalhes sobre o caso.

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Uma mulher de 30 anos, apontada como articuladora do esquema, foi presa. Um homem, que também seria responsável por articular os crimes, está foragido e tem outro mandado de prisão por receptação.

Um dos alvos dos mandados de buscas e apreensão foi flagrado com substância ilícita, 433 gramas de cocaína. O suspeito foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e já tinha passagem na polícia por roubo.

De acordo com os delegados, o crime acontecia no ambiente virtual. Os suspeitos entravam em contato com associações beneficentes e com prefeituras se passando por figuras políticas do Estado. Os nomes utilizados foram de Jade Romero e Augusta Brito.

Utilizando-se dessa identidade falsa, os criminosos informavam que havia doações para o Município, mas que precisaria de um valor para custear o transporte para entrega das doações. O contato era feito por meio do WhatsApp e a transferência do dinheiro por meio do PIX. Os valores cobrados no golpe giravam em torno de R$ 2 mil a R$ 2.500.

As contas bancárias que recebiam o dinheiro das vítimas do golpe eram de pessoas envolvidas na fraude. Nomes de outras pessoas eram usados para esconder o nome dos principais articuladores do crime.

Segundo o delegado Edvando França, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Ceará, o caso é considerado "complexo", com diligências durando o período de seis meses. Nesse tempo, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) conseguiu produzir as provas necessárias para pedir a prisão preventiva dos investigados.

De acordo com o delegado Alan Araújo, titular da DRCC, o investigado já teria participado de um movimento político e possuía um conhecimento de como se comunicar semelhante à linguagem política. “Tinha uma comunicação polida”, afirma o delegado sobre o suspeito de aplicar as fraudes eletrônicas.

Aparelhos celulares foram apreendidos a fim de identificar outros possíveis envolvidos. Durante as investigações, nesses dispositivos foram encontrados mais de mil contatos de políticos, assessores parlamentares e associações, que para Alan de Araújo seriam possíveis vítimas de golpes.

A Polícia Civil do Ceará solicitou junto ao Poder Judiciário o bloqueio de uma conta com R$ 1 milhão para ressarcir as vítimas.

A ofensiva foi realizada pelas pela Polícia Civil do Ceará, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos com apoio das Polícias Civis do Maranhão e do Piauí. Na ação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra suspeitos localizados em Timon, no Maranhão (MA).

Além de figuras políticas do Ceará, autoridades dos estados do Acre, Alagoas, Bahia, Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso também tiveram nome e imagem fraudados. As identidades dos demais políticos não foram divulgadas.

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