Ceará tem 3,4 milhões de pessoas com algum nível de insegurança alimentar, diz IBGE
Estima-se que 546 mil moradores estão em insegurança alimentar grave, equivalente à fome. Dados da Pnad Contínua de 2023 são categorizados conforme a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia)O Ceará tem 3,4 milhões de pessoas com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com as estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último trimestre de 2023.
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A pesquisa aponta que mais da metade dos domicílios cearenses têm acesso a alimentos suficientes. No entanto, estima-se que a insegurança alimentar está presente em 35,1% dos domicílios do Ceará, atingindo 3.455.000 de moradores.
A situação de indisponibilidade de alimentos em quantidade e qualidade adequada é categorizada conforme a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) em três níveis: leve, moderada e grave.
A maior parte dos domicílios em que os moradores apresentaram algum nível de insegurança alimentar era do tipo leve. Isso significa que os moradores tinham preocupação quanto ao acesso aos alimentos no futuro, precisando comprometer a qualidade da alimentação para que os insumos fossem suficientes para todos do lar. Conforme a Pnad, 2,1 milhões de cearenses estavam nesta situação.
Já a insegurança alimentar moderada estava presente em 245 mil domicílios, com estimativa de afetar 724.000 pessoas ou 7,7% da população. Nesse nível, os moradores, principalmente os adultos, já passavam a conviver com restrição quantitativa de alimentos.
O nível grave de insegurança alimentar, que representa falta de alimentos para todos os moradores, inclusive para as crianças da casa, era a realidade de 546 mil pessoas no Ceará, de acordo com as projeções da pesquisa.
Nordeste e Norte têm mais domicílios com pessoas em insegurança alimentar
As regiões Nordeste e Norte têm as maiores taxas de insegurança alimentar leve, moderada e grave. Enquanto o Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm 83,4%, 77% e 75,7% dos domicílios em segurança alimentar, respectivamente, no Nordeste e no Norte a proporção cai para 60%.
O Norte apresenta a maior porcentagem dos domicílios em insegurança alimentar grave, com 7,7%. No Nordeste, o número é de 6,2%. Já no Sul e no Sudeste, 2% e 2,9% das residências estariam nesse nível de fome.
Insegurança alimentar no Brasil tem queda, mas desigualdades ainda são fator agravante
Em 2023, 4,1% dos domicílios brasileiros tinham moradores em situação de insegurança alimentar grave, 5,3% no nível moderado e 18,2% na categoria leve. As proporções são comparadas pelo IBGE com as analisadas na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018. Nessa pesquisa, as proporções de domicílios em insegurança alimentar era maior em todas as categorias.
Apesar da melhora do cenário quando comparada à pesquisa de 2018, a Pnad Contínua de 2023 aponta que os domicílios em insegurança alimentar têm maior proporção de responsáveis mulheres e pessoas negras ou pardas.
Há ainda uma relação entre a escolaridade do responsável pelo domicílio e o nível de insegurança alimentar. Aqueles em que o responsável tem baixa escolaridade têm maior participação nos índices de IA.