Ceará registra 28 mortes por afogamento em 2024
No total, Bombeiros atenderam 38 casos. Concentração de ocorrências, nesta época do ano, é no Sertão Central, por causa da existência de passagens molhadas
10:25 | Abr. 23, 2024
O Corpo de Bombeiros do Ceará divulgou que 28 pessoas morreram por afogamento no Ceará em 2024. No total, foram 38 afogamentos, um número maior que o mesmo período do ano passado, quando houve 24 ocorrências.
Sobre o assunto, o tenente Samuel Nogueira, da 1ª Companhia de Mergulho de Resgate (CMR), pertencente ao Batalhão de Busca e Salvamento, disse, em entrevista à Rádio O POVO CBN como evitar os afogamentos. “Essa crescente acontece pois os rios e reservatórios estão mais cheios e também há as passagens molhadas. Isso agrava bastante as ocorrências", afirma.
As passagens molhadas são trechos de estradas que ficam alagados por conta das chuvas ou da sangria dos rios. Nesse cenário, alguns problemas podem acontecer, como: perda de controle do veículo, aquaplanagem e danos mecânicos. Um caso recente foi o do falecimento da mãe e irmã de influencer que morreram no Rio Banabuiú, em Limoeiro do Norte.
Sobre as ocorrências, o tenente observa que há uma concentração de casos no Sertão Central do Estado. “Só nessa [última] semana, nós tivemos seis acionamentos somente na nossa companhia. A gente percebe uma concentração em Morada Nova, Quixeramobim e Senador Pompeu”. Outro caso do início do mês foi o de duas mulheres que foram arrastadas no Rio Canindé pela correnteza forte no local.
Uma observação interessante é que a maioria dos casos vem de uma profissão específica. “Desses seis acionamentos que nós tivemos, quatro são relativos a casos com pescadores. Muitas vezes são aquelas pessoas que já fazem aquela atividade de maneira rotineira e por achar que já conhece aquela região, aquele manancial, tem confiança. Mas pode acontecer uma mudança na fotografia do terreno”.
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Por fim, sobre as orientações, o Corpo de Bombeiros ressalta o aumento da atenção, não fazer o uso de bebidas alcoólicas nos momentos de lazer nos mananciais. Outro fator muito importante é a água no máximo na altura do joelho, nunca entrar além da conta e nunca estar sozinho.
Em específico nos casos de passagem molhada, o Tenente reitera que elas nunca devem ser feitas, pois “pode ter uma uma mudança na topografia daquela passagem”, e buscar alternativas para essa travessia, seja com embarcação ou outro meio, principalmente quando o volume de chuva tá muito intenso.