Alunos do IFCE fazem vaquinha participar de feira científica em NY
Estudantes buscam levantar R$ 32 mil para custear passagens, taxa de inscrição, hospedagem e alimentação em Nova York. Conheça os projetos selecionados
06:00 | Abr. 22, 2024
Quatro estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) estão realizando um financiamento coletivo para conseguir apresentar seus projetos na Genius Olympiad 2024, uma das maiores feiras científicas do mundo. O evento ocorre em junho próximo, em Nova York, nos Estados Unidos (EUA). Alunos buscam levantar R$ 32 mil para custear passagens, taxa de inscrição, hospedagem, alimentação, entre outros.
Os jovens dos campi de Juazeiro do Norte e de Limoeiro do Norte conquistaram as credenciais para o evento ainda neste ano, mas o orçamento para fazer a viagem e se manter em Rochester, cidade onde a feira acontece, acabou sendo limitado.
Foi então que surgiu a ideia de se reunirem para lançar o financiamento coletivo. O quarteto apresentará dois projetos, cada um sendo responsabilidade de uma dupla. O primeiro se chama A2Database (Amazon Atmospheric Database), e consiste em “uma plataforma de monitoramento de dióxido de carbono e compostos orgânicos voláteis”.
Como explicam, trata-se da “criação de um website juntamente a um sistema de identificação prévia de queimadas e incêndios para as florestas do Brasil e do mundo, visando a democratização das informação e a ação efetiva no combate ao desmatamento e as mudanças climáticas”.
Já o segundo é uma “prótese mioelétrica a partir de reciclagem de garrafas PET e impressão 3D”, que “consiste em criar uma prótese mioelétrica utilizando filamentos de garrafas pet recicladas para impressão 3D, bem como a plataforma Arduino, buscando soluções de baixo custo e sustentável”.
As doações podem ser feita por cartão de crédito ou por PIX no site Vakinha. Criada no último dia 17, a campanha arrecadou pouco mais de R$ 1.500 até o momento.
Estudantes vivem expectativa de representar o Ceará
Isaque de Sousa Alves, 17, é um dos alunos à frente da vaquinha e um dos responsáveis pelo projeto da prótese mioelétrica. Estudante do campus de Limoeiro do Norte, ele confessa que não imaginou as proporções que a iniciativa tomaria e diz estar emocionado com a possibilidade da viagem.
“Para ser bem sincero, não pensei que o projeto ia chegar nesse nível e, quando recebemos a credencial, a emoção foi enorme. Será a minha primeira vez apresentando um projeto numa feira desse nível”, frisa.
Em relação ao projeto, Isaque conta que a proposta veio possibilitada por um conjunto de fatores, que vão do incentivo dado pelo IFCE ao impacto social e ambiental da ação.
“Acredito que (a iniciativa científica) contribuiu com a questão social, pois disponibilizará uma prótese com valor mais acessível e ajuda na inclusão social. E também tem a questão ambiental, pois a utilização do material PET irá fazer com que o número de garrafas espalhadas diminua, diminuindo também a poluição”, pontua o estudante.
Ludmila de Oliveira, 17, também anseia em realizar a viagem. Aluna do campus de Juazeiro do Norte, ela é uma das responsáveis pelo A2Database e conta que já teve oportunidade de apresentar o projeto em feiras nacionais, mas que essa será a sua primeira feira no exterior.
“Eu diria que as expectativas de conseguir realizar essa viagem são enormes, muito incertas e desafiadoras ainda por conta das dificuldades monetárias que enfrentamos, mas, ao mesmo tempo, esperançosas e cheias de motivação para continuar e não desistir de alcançar esse sonho”, conta.
Ela explica que ideia do projeto surgiu quando a equipe se deparou com “as inúmeras notícias de queimadas e incêndios que vinham ocorrendo na nossa região”, o Cariri. “Com isso o nosso projeto A2Database vem como um auxiliador nessa luta identificando e alertando de forma instantânea a ocorrência de queimadas para que se possa tomar providências antecipadamente a uma catástrofe maior, prevenindo devastações futuras que podem ocorrer”, relata ainda a jovem.