Uece ofertará pela primeira vez licenciatura intercultural indígena

Curso terá 40 vagas e inicia em agosto. Proposta é demanda da população indígena Tabajara, que foi consultada para a elaboração do currículo

A partir do segundo semestre deste ano, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) ofertará o curso de Licenciatura Intercultural Específica Tabajara (Linta), a primeira licenciatura diferenciada na instituição. A proposta é a formação diferenciada e específica para os povos originários, em especial os Tabajara

O curso tem previsão de início no dia 5 de agosto de 2024, com carga horária de 3.944 horas (232 créditos) e 40 vagas ofertadas. A Licenciatura Intercultural Específica Tabajara será vinculada ao Centro de Educação, Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns (Cecitec), unidade acadêmica da Uece em Tauá.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Brejo Santo terá primeira escola indígena do Cariri; VEJA detalhes

A implantação do curso ocorrerá nos municípios de Quiterianópolis e Tauá, que vão atender as aldeias Fidelis, Croatá, Bom Jesus e Vila Nova.

“Há muito tempo, já vínhamos almejando essa licenciatura indígena específica para formar os nossos professores. Então, ela é de fundamental importância para o nosso povo e vai ajudar a divulgar a nossa etnia em relação aos povos indígenas da região dos Inhamuns”, afirma Eleniza Tabajara, líder indígena Tabajara em Quiterianópolis. Para ela, o projeto é “de grande valia porque vai nos formar, nos habilitar para dar continuidade à educação escolar indígena diferenciada para que possamos ainda mais fortalecer o ensino de qualidade diferenciado específico à nossa população indígena”.

De acordo com a pró-reitora de graduação da Uece, professora Mazza Maciel, o projeto do curso está organizado de forma a atender às especificidades dos professores indígenas. “Vamos valorizar os saberes da experiência docente no campo da comunidade indígena, transformando-os em saberes acadêmicos, até mesmo tomando a autoformação coletiva das e dos professores que atuam nas escolas indígenas”, ressalta.

A licenciatura é baseada nas experiências do Magistério Indígena Superior do Ceará e nas vivências indígenas. Por isso, a organização curricular do curso contemplará dois tipos de atividades: tempo-universidade e tempo-comunidade.

As primeiras atividades do curso serão realizadas na instituição. Já as segundas ocorrerão na interação dos estudantes com a comunidade a partir da orientação docente. De acordo com a Uece as disciplinas vão ser organizadas em quatro eixos de saberes: pedagógicos, políticos, tecnológicos e científicos.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar