Ceará: açudes atingem melhor nível desde 2012

Capacidade hídrica dos 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará está em 52,2%, nível alcançado pela última vez em outubro de 2012, primeiro ano da mais longa seca da história do Estado

O Ceará chegou a 52,2% da capacidade hídrica dos 157 açudes públicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Este é o melhor nível desde o primeiro ano daquela que é vista como a mais longa seca da história do Estado, em 2012.

O resultado deste ano vem depois de dois anos com aportes consideráveis. O volume recebido dos reservatórios em 2023, até o dia 15 de abril, era de 4.690 hectômetros cúbicos (hm³) de água. Neste ano, a cifra já passou 5.820 hm³. Os dados são da Resenha Diária da Cogerh, e não incluem a Região Metropolitana de Fortaleza, bem como não calcula a perda de água com transferência, evaporação e outras ações. Um hm³ equivale a 1 bilhão de litros de água.

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A recarga já chega a 2.793 hm³ a mais nos açudes cearenses desde o início da quadra chuvosa, em 1º de fevereiro. Com isso, 66 reservatórios estão sangrandoentre eles o Paulo Sarasate (Araras), em Varjota, o quarto maior do Ceará. Duas regiões hidrográficas estão com 100% da capacidade, a Litorânea, com dez açudes, e a do Baixo Jaguaribe, que possui apenas um.

A recarga dos açudes conseguiu reverter um cenário que se previa pessimista. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) lançou em janeiro prognóstico que apontava 45% de chances de chuvas abaixo da média histórica para os três primeiros meses de quadra chuvosa (fevereiro-março-abril).

Até agora, entretanto, dados preliminares da Funcação apontam 625 milímetros (mm) de precipitação, valor 20,6% acima do esperado para todo o trimestre. A cifra, inclusive, já supera a média histórica de toda a quadra chuvosa, que é de 609,2 mm, mesmo restando ainda 44 dias até o fim do período.

Atualmente, nenhum dos quatro maiores açudes do Estado está em situação crítica. Maior da América Latina, o Castanhão (Alto Santo / Jaguaribara) encheu de 23,11% para 30,92% — equivalentes a 2.071,43 hm³. O Orós (Orós), segundo maior do Estado, está com 66,47% de carga, enquanto o Banabuiú (Banabuiú) chegou a 40,31%. Por fim, o Araras sangrou pelo segundo ano consecutivo.

Além dos 66 reservatórios vertendo, 14 passaram de 90% cheios. O dado é do Portal Hidrológico da Cogerh e da Funceme, que aponta ainda que 25 reservatórios estão abaixo de 30% da capacidade. O maior é o Pedras Brancas (Quixadá), cuja carga atual é de 29,14% de seus potenciais 456 hm³ — cifra que lhe reserva o posto de sexto maior do Ceará.

Os açudes atingiram metade da carga total nessa quinta-feira, 11, quando 56 reservatórios estavam vertendo. Já no sábado, 13, foi a vez de o Castanhão chegar a 30% de carga. Nesse domingo, 14, quatro açudes do Ceará atingiram a capacidade máxima: Santo Antônio de Russas (Russas), Curral Velho (Morada Nova), Cachoeira (Aurora) e Olho d'Água (Várzea Alegre).

Na manhã dessa segunda-feira, 15, foi a vez dos açudes Benguê (Aiuaba), Maranguapinho (Maranguape), Muquém (Cariús), Riacho do Sangue (Solonópole) e Ubaldinho (Cedro) também verteram, totalizando 65 açudes em sangria no Ceará. Já nesta quarta-feira, 17, foi a vez do Premuoca, em Uruoca.

Ao todo, das 12 regiões hidrográficas na qual é dividido o Ceará, duas estão em 100% (Litoral e Baixo Jaguaribe), duas têm mais de 90% de carga (Acaraú e Coreaú) e apenas três têm menos de 50% da carga total (Banabuiú, Médio Jaguaribe e Sertão de Crateús). De acordo com a Funceme, há ainda 40% de probabilidade de chuvas dentro da faixa da média histórica entre abril e junho.


Açudes do Ceará: veja quais estão sangrando

  1. Acaraú Mirim (Massapê);
  2. Araras (Varjota);
  3. Arrebita (Forquilha);
  4. Carmina (Catunda);
  5. Edson Queiroz (Santa Quitéria);
  6. Forquilha (Forquilha);
  7. Jenipapo (Meruoca);
  8. São Vicente (Santana de Acaraú);
  9. Sobral (Sobral);
  10. Benguê (Aiuaba);
  11. Caldeirões (Saboeiro);
  12. Do Coronel (Antonina do Norte);
  13. Muquém (Cariús);
  14. Santo Antônio de Russas (Russas)
  15. Curral Velho (Morada Nova)
  16. Fogareiro (Quixeramobim);
  17. Poço do Barro (Morada Nova);
  18. Quixeramobim (Quixeramobim);
  19. São José I (Boa Viagem);
  20. Umari (Madalena);
  21. Angicos (Coreaú);
  22. Diamante (Coreaú)
  23. Diamantino II (Marco);
  24. Gangorra (Granja);
  25. Itaúna (Granja);
  26. Premuoca (Uruoca);
  27. Tucunduba (Senador Sá);
  28. Várzea da Volta (Moraújo);
  29. Caxitoré (Umirim)
  30. Desterro (Caridade);
  31. Frios (Umirim);
  32. Itapajé (Itapajé);
  33. Jerimum (Irauçuba);
  34. São Domingos (Caridade);
  35. São Mateus (Canindé);
  36. Tejuçuoca (Tejuçuoca);
  37. Gameleira (Itapipoca);
  38. Gerardo Atimbone (Sobral);
  39. Missi (Miraíma);
  40. Mundaú (Uruburetama);
  41. Patos (Sobral);
  42. Poço Verde (Itapipoca);
  43. Quandú (Itapipoca);
  44. Santa Maria de Aracatiaçu (Sobral);
  45. Santo Antônio de Aracatiaçu (Sobral);
  46. São Pedro Timbaúba (Miraíma);
  47. Ema (Iracema);
  48. Riacho do Sangue (Solonópole);
  49. Acarape do Meio (Redenção).
  50. Aracoiaba (Aracoiaba);
  51. Batente (Ocara)
  52. Catucinzenta (Aquiraz);
  53. Cauhipe (Caucaia);
  54. Germinal (Palmácia);
  55. Itapebussu (Maranguape);
  56. Malcozinhado (Cascavel);
  57. Maranguapinho (Maranguape);
  58. Pacajus (Chorozinho);
  59. Pesqueiro (Capistrano);
  60. Tijuquinha (Baturité);
  61. Cachoeira (Aurora);
  62. Olho d'Água (Várzea Alegre);
  63. Rosário (Lavras da Mangabeira);
  64. Ubaldinho (Cedro);
  65. Do Batalhão (Crateús);
  66. Sucesso (Tamboril);

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