Aporte em açudes até início de abril ultrapassa o acumulado do mesmo período em 2023

Com as precipitações da quadra chuvosa de 2024, áreas com seca grave tiveram diminuição no Estado

De janeiro até este domingo, 7 de abril de 2024, os açudes do Ceará monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) receberam 3,93 bilhões de metros cúbicos (m³) de água. O aporte já ultrapassa o registrado no igual período de 2023, quando os reservatórios ganharam 3,80 bilhões de m³.


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Os dados são divulgados na Resenha Diária publicada pelo órgão e não incluem os açudes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ao todo, o Estado tem 48,94% da capacidade hídrica preenchida. No início de janeiro, os açudes estavam 38,5% cheios.

Dos 157 reservatórios monitorados, 50 estão sangrando. Outros 13 açudes estão com 90% da capacidade e 31 seguem com volume abaixo de 30%. No mesmo período de 2023, 60 açudes sangravam.

Um dos maiores açudes em sangria neste ano é o Edson Queiroz, localizado em Santa Quitéria. O reservatório não chegava a 100% da capacidade desde 2011 e atingiu a marca neste domingo, 7. Integrando a bacia hidrográfica do Acaraú, ele tem 254 hectômetros cúbicos (hm³) de volume total. O açude Pacajus, em Chorozinho, na bacia Metropolitana, também atingiu sangria neste domingo e tem igual capacidade hídrica.

Maior açude do Brasil, o Castanhão, na bacia do Médio Jaguaribe, está na iminência de atingir 30% da capacidade. Em 2023, o reservatório passou dessa marca pela primeira vez em nove anos. Neste ano, ele recebeu águas da transposição do Rio São Francisco.

O Orós, segundo maior açude do Estado, tem 58,56% do volume preenchido, e o Banabuiú, terceiro maior, tem 38,66%. O quarto maior açude, o Araras, está com 96,82% do volume. Em 2020, ele voltou a sangrar depois de nove anos.

Territórios com seca grave diminuem no Ceará

Com os dois primeiros meses da quadra chuvosa - fevereiro e março - ficando acima e dentro da média esperada de chuvas, respectivamente, a situação da seca no Estado também melhorou.

Conforme o Monitor das Secas, devido às chuvas acima da normalidade, houve redução de áreas com seca fraca e moderada no norte e no centro do Estado. Além disso, no sul do Ceará a seca que era considerada grave passou a se encaixar na categoria moderada.

Após quatro meses, o Ceará voltou a apresentar áreas sem seca relativa, segundo os dados do Monitor. Depois das chuvas de fevereiro, 23,5% do território não têm nenhum nível de seca relativa. Atualmente, 35 cidades do Estado têm situação de emergência por seca ou estiagem reconhecida pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.

O secretário dos Recursos Hídricos (SRH), Robério Monteiro, chegou a afirmar que o Estado deve reorganizar a política para combate à seca proposta para 2024, já que os resultados das precipitações estão mais positivos do que o esperado.

Para os meses de abril e maio são aguardadas menores quantidades de chuva do que nos primeiros meses da quadra. Neste mês, a média de precipitação é de 190,7 milímetros (mm), enquanto o próximo tem média de 90,7 mm.

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