No Ceará, quase 150 mil crianças e adolescentes não têm acesso adequado à água potável
Dados são do Censo 2022, divulgados pelo Unicef nesta quinta-feira, 21. Amanhã é o Dia Mundial da ÁguaNo Ceará, 148 mil crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado a água potável. O número é do Censo Demográfico 2022 e destacado pelo Unicef nessa quinta-feira, 21. Já nesta sexta, 22, é comemorado o Dia Mundial da Água e, conforme o Unicef, a vulnerabilidade em relação ao acesso à água é pior entre negros, indígenas e moradores do Norte e Nordeste.
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No Brasil, o percentual de crianças e adolescentes negros sem acesso adequado à água é o dobro do de brancos – 4,7% versus 2,2%, respectivamente. Já entre crianças e adolescentes indígenas, esse percentual é 11 vezes maior do que o de brancos (25%). Em relação aos territórios, os 15 estados com maiores percentuais de crianças e adolescentes sem acesso adequado à água estão no Norte e Nordeste do País.
“A crise climática é também uma crise de acesso à água”, explica Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF no Brasil. “Os números representam a quantidade crítica de crianças e adolescentes que estão sem acesso à água segura para beber, preparar alimentos e fazer a higiene adequada, o que fere seus direitos e prejudica sua saúde, levando ao risco de contrair doenças, como diarreia aguda”.
Até 10 de fevereiro deste ano, o Ceará já havia registrado 38 mil casos de Doença Diarreica Aguda (DDA). Em 2023, foram 236 mil casos. Dados de 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 20% das mortes de crianças abaixo de 5 anos, por ano, no mundo, têm como causa a diarreia. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz de 2022 estimou que crianças indígenas tem 14 vezes mais chances de morrer por diarreia, comparado com outros grupos populacionais.
Em reportagem publicada em março no O POVO, o médico sanitarista Álvaro Madeira Neto afirma que o saneamento deve ser a prioridade dos gestores públicos. “A população precisa buscar e exigir que tenha saneamento básico. O acesso à água potável também deve ser um dos principais pontos de preocupação dos gestores”, afirma.