Ceará registra 18 desabamentos desde janeiro; 11 foram em Fortaleza
Número é do Corpo de Bombeiros. Problemas estruturais, como fissuras, trincas e rachaduras, devem ser observados. Defesa Civil do município pode ser acionada para analisar imóvel em risco
21:48 | Mar. 17, 2024
Dois desabamentos foram registrados em Fortaleza neste sábado, 16, e domingo, 17. Durante o fim de semana, houve ainda o colapso de uma residência em Maracanaú, na Região Metropolitana. Ao todo, o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) atuou em 18 desabamentos desde janeiro de 2024. Conforme os registros da corporação, 11 ocorreram na Capital.
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No desabamento ocorrido no sábado, no bairro Bonsucesso, a marquise de um prédio caiu. A edificação, que tem quatro apartamentos no andar superior e quatro pontos comerciais no térreo, foi interditada pela Defesa Civil da Capital. Quatro famílias residentes foram removidas e alocadas em outros imóveis disponibilizados pelo proprietário do prédio. Elas receberam cestas básicas, mantas e colchonetes.
Já nas primeiras horas da manhã do domingo, um triplex no bairro Mondubim desabou parcialmente. O imóvel também funcionava com um apartamento em cima e ponto comercial embaixo. Os moradores foram encaminhados a um abrigo solidário. O local foi interditado pela Defesa Civil, bem como oito apartamentos e dez pontos comerciais do entorno, que estavam desocupados.
A ocorrência em Maracanaú foi registrada no bairro Jereissati II. Um imóvel de dois andares desabou. Um homem de 74 anos que morava no térreo da residência conseguiu sair sem ferimentos.
Problemas estruturais devem ser observados
O tenente-coronel Haroldo Gondim, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, explica que o número de desabamentos geralmente é acentuado no período chuvoso. “Quanto melhores as chuvas, maior a tendência de ter”, afirma. As construções irregulares, concentradas principalmente nas periferias, apresentam maiores riscos.
“As moradas são irregulares quando [as construções] não são acompanhadas por arquitetos ou engenheiros. Muitas vezes as casas são construídas meio que na marra. Eu sei que nem sempre é possível [contratar profissionais]. Essas casas estão mais nas periferias, muitas são feitas sem orientação”, explica.
O coordenador chama atenção para a necessidade de analisar as “doenças estruturais” que os edifícios podem apresentar, como trincas, rachaduras, fissuras, afundamento do solo ou do telhado. Caso o prédio tenha essas características e haja piora na infraestrutura durante o período chuvoso, é preciso acionar a Defesa Civil municipal e evacuar o local.
“O colapso da estrutura é algo que não dá para esperar acontecer. É preciso chamar a Defesa Civil do município. Caso não venha a colapsar, ela pode analisar uma possível interdição”, afirma. Havendo o desabamento parcial ou completo, o tenente-coronel orienta não voltar para a estrutura da casa ou escombros até o local ser liberado pelas autoridades competentes.
Em municípios onde a Defesa Civil não é bem estruturada, a coordenação estadual deve prestar apoio técnico, segundo Haroldo. Os municípios devem ter planos de contingência para áreas mapeadas por risco de inundação, de alagamento e que possam ter edificações comprometidas.
Ocorrências de desabamentos atendidas pelo Corpo de Bombeiros no Ceará
05/02 - São Gonçalo do Amarante (bairro Centro)
10/02 - Pacatuba (bairro Jereissati II)
10/02 - Fortaleza (bairro Ancuri)
11/02 - Fortaleza (bairro Centro)
11/02 - Fortaleza (bairro Meireles)
11/02 - Fortaleza (bairro Parquelândia)
19/02 - Fortaleza (bairro Cais do Porto)
20/02 - Itaitinga (bairro Centro)
26/02 - Pacatuba (bairro Jereissati III)
26/02 - Fortaleza (bairro Conjunto Ceará)
28/02 - Fortaleza (bairro Montese)
01/03 - Fortaleza (bairro Meireles)
05/03 - Fortaleza (bairro Cristo Redentor)
06/03 - Maracanaú (bairro Distrito Industrial)
07/03 - Quixadá (bairro Campo Velho)
16/03 - Fortaleza (bairro Bonsucesso)
16/03 - Maracanaú (bairro Jereissati II)
17/03 - Fortaleza (bairro Mondubim)
Serviço
Defesa Civil: 190
Corpo de Bombeiros: 193