Operação policial mira expansão de facção cearense para o Piauí

Onze suspeitos de integrar a Guardiões do Estado (GDE) foram presos em ação da Polícia Civil do Piauí

18:03 | Mar. 09, 2024

Por: Lucas Barbosa
Ameaças foram feitas por homem que se identificou como liderança da facção criminosa GDE [ foto feita em 27/02/2019] (foto: O POVO)

A Polícia Civil do Piauí deflagrou na última quinta-feira, 7, uma operação que cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e prisão temporária no contexto de uma investigação que apura a expansão da facção criminosa cearense Guardiões do Estado (GDE) em Teresina (PI). Ao todo, 11 pessoas foram presas.

Os mandados foram cumpridos em Teresina, Fortaleza, Tauá, Nova Gama (GO) e Luziânia (GO). Em entrevista à TV Jornal, do Piauí, o delegado Charles Pessoa, que comandou a investigação, afirmou que, ainda em 2023, a Polícia Civil daquele estado tomou conhecimento de que criminosos do Piauí estavam mantendo contato com criminosos do Ceará e passaram a integrar a facção.

Prisões já haviam sido realizadas no ano passado, disse o delegado, que afirmou que a célula da GDE no Piauí ainda estava se estabelecendo em Teresina. “O Draco (Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas da Polícia Civil do Piauí) está se antecipando”, afirmou Pessoa.

“Estamos nos antecipando já para neutralizar esse princípio de célula para que não traga maiores problemas para o nosso estado. Conforme a Polícia Civil do Piauí, durante a operação “Draco 98” foram apreendidos droga, dinheiro, munições e materiais relacionados à vinculação dos presos com facção criminosa.

Na ação, foram presos: Antônio José Amorim, Douglas Luís Da Silva Rocha, Elizabeth Pereira Bezerra, Francisco Wellithon da Silva Pinheiro, Jorge Luís dos Santos, José Misael do Nascimento Lima, Mateus Victor dos Santos Mourão e Raogner Ferreira Mota.

GDE já se expandiu para outros estados

Criada em 2016 em unidades prisionais do Ceará, a facção GDE já teve registros de expansão para Alagoas e Rio Grande do Norte. Neste último estado, a presença da facção cearense é mais forte.

“A GDE tem muita influência nessa zona de ‘mito’ entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, que pega Apodi, Severiano Melo, Rodolfo Fernandes, São Miguel. Não quer dizer que eles dominam, mas quer dizer que alguém tenha ligação com eles nessas cidades”, afirmou já em 2022 o delegado Alex Wagner, titular da Divisão de Polícia do Oeste do Rio Grande do Norte ao jornal Tribuna do Norte.

Além disso, integrantes da facção já foram presos em vários estados, como Pernambuco, Goiás e Rio de Janeiro.