34,7% da população cearense ainda vive em domicílios com fossas rudimentares
Censo Demográfico de 2022 mostra que menos da metade da população cearense tem acesso à rede geral de esgoto ou pluvial
10:14 | Fev. 23, 2024
Para 34,7% da população residente do Ceará, o esgotamento sanitário ainda é feito com fossas rudimentares ou buracos. Esses dispositivos recebem os dejetos dos banheiros, pias e ralos das residências, que acabam entrando em contato com o solo sem o tratamento necessário. Os dados são do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira, 23.
Esse modelo de esgotamento não é considerado adequado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) devido ao risco de contaminação do solo e transmissão de doenças. Para um esgotamento sanitário adequado, é preciso que a residência esteja ligada à rede geral de esgoto ou pluvial, ou faça uso de fossa séptica, modelo que não permite a passagem dos dejetos para o solo.
No entanto, menos da metade dos cearenses têm acesso à rede de esgoto ou pluvial, estando disponível apenas para 37,2% da população. Já as fossas sépticas são utilizadas por 22,9% dos residentes do Estado, sendo 20% delas não ligadas à rede geral e 2,9%, conectadas.
Em 95% dos municípios cearenses a maioria da população não tem acesso à rede de esgoto. Chaval (0,2%), Ararendá (0,5%), Itaiçaba (0,7%) e Chorozinho (0,8%) apresentam os menores percentuais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), restrições de acesso a saneamento básico no Estado, em 2022, eram maiores entre jovens, pretos, pardos e indígenas.
A proporção de pessoas com acesso a esgotamento sanitário adequado aumentou no Brasil. Porém, a fossa rudimentar ou buraco é a forma de esgotamento sanitário de 19,4% da população.