Pastor e mulher acusados de matar filho recém-nascido em Caucaia vão a júri popular
Pastor teria induzido a mulher, com quem teve um caso extraconjugal, a abortar a criança. O bebê nasceu com vida, mas teria sido morto em seguida pela mãe e jogado em um bueiro pelo pai
11:16 | Fev. 15, 2024
Um pastor e uma mulher, acusados de matar o filho deles recém-nascido, vão a júri popular no próximo dia 23 de abril. O crime de homicídio e ocultação de cadáver aconteceu em novembro de 2021, no bairro Marechal Rondon, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Na época, o caso provocou comoção e revolta nos moradores, que depredaram e saquearam a igreja do pastor.
O crime foi descoberto depois que Polícia foi acionada com a informação de que uma mulher deu entrada em uma unidade de saúde com sinais de aborto. O corpo do recém-nascido foi encontrado, e os suspeitos foram presos em flagrante. Os dois tinham um relacionamento extraconjugal. Antônio José, ao descobrir a gestação, teria induzido a mulher a fazer um aborto.
Em decorrência do período avançado da gestação, a criança nasceu com oito meses. Ao perceber que o bebê estava vivo, a mulher teria desferido golpes de garfo no pescoço do recém-nascido e sufocado a criança. O homem teria jogado o corpo do próprio filho em um bueiro.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com base nos depoimentos do casal e nas investigações, apontou que o pastor queria manter credibilidade diante da comunidade. Ele acolhia pessoas em situação de vulnerabilidade, e, com o filho de uma relação extraconjugal, a imagem seria ofuscada. A mulher teria atendido ao pedido dele.
Após o caso, uma adolescente procurou a Polícia afirmando também estar grávida do pastor. As investigações apontavam que o homem usava da sua representatividade na comunidade, como religioso, para abusar das mulheres que buscavam ajuda na igreja.