Polícia Militar realiza maior apreensão de cocaína no Ceará desde 2022
Foram 410 quilos de cocaína apreendidos em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A última grande apreensão ocorreu em agosto de 2022, quando a PF e a Secretaria da Segurança apreenderam 1,2 toneladas da droga em uma embarcaçãoA Polícia Militar do Ceará (PMCE) realizou a maior apreensão de cocaína das forças de segurança do Ceará desde o ano de 2022. Com um total de 410 quilos de cocaína, a corporação também ultrapassou, com uma única apreensão, a quantidade de quilos retirados de circulação primeiros cinco meses de 2023 no Ceará.
A última grande operação registrada no Estado ocorreu em agosto de 2022, quando a Polícia Federal, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e a Marinha aprenderam 1,2 tonelada da droga em uma embarcação.
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Sem destoar das grandes apreensões anteriores de cocaína, a ação registrada na madrugada de ontem também tem relação com o transporte de drogas por embarcações marítimas. O trabalho teve início na Praia do Futuro, em Fortaleza, mas foi concluído em Caucaia.
Câmeras do Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid), da SSPDS, flagraram o momento que dois homens saíram de um carro branco com sacolas pretas e seguiram em direção a faixa de areia.
De acordo com a PMCE, policiais militares foram ao local e abordaram Luan da Silva Nunes, de 25 anos. Os agentes de segurança encontraram cilindros de oxigênio, nadadeiras, máscaras e todo o material usado para mergulho. Luan estava com outro homem que conseguiu fugir pelo mar, no entanto, deixou a carteira de dentidade no local. Ainda foi encontrada uma caderneta com um endereço do município Caucaia anotado.
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram ao local do endereço e encontraram 340 tabletes da droga, que somam 410 quilos de cocaína. No lugar foi presa Cristina Iara Pereira, de 47 anos. Os agentes de segurança encontraram um barco sobre reboque. Cristina e Luan são de São Paulo e possuem antecedentes por tráfico de drogas.
De acordo com uma fonte policial, Luan é um mergulhador ligado a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e é investigado em ações semelhantes, envolvendo embarcações, fora do Ceará. Ele possui passagens por tráfico e acondicionamento de drogas.
A situação a qual Luan estaria relacionada foi assunto abordado no O POVO, por meio de reportagens especiais do jornalista Cláudio Ribeiro, sobre o transporte de droga submersa e ocultada em cascos de navios. Conforme o material, quase cinco toneladas foram interceptadas no Brasil desta maneira e os dois portos cearenses registravam apreensões com o mesmo modo de fazer.
Policiais militares que participaram da ação se reuniram na sede do Comando Geral da Polícia Militar para apresentar o trabalho concluído.
Apreensões e prisões
O coronel Kilderlan Nascimento, coordenador geral de operações da Polícia Militar do Ceará, pontuou que foram registradas 34 mil prisões em 2023 no Estado. No mês de janeiro de 2024, aproximadamente 2.700 pessoas foram presas. No ano passado foram apreendidas seis mil armas de fogo. Para o oficial, o dado é importante, pois a arma de fogo é usada em 76% do instrumento usado para homicídios no Brasil.
Sobre a apreensão de drogas, o oficial destacou o fato de ser uma apreensão no litoral. O comandante ressaltou que o Ceará é um estado com 76 quilômetros de litoral e que a apreensão vai dar margem para que sejam elucidados movimentos de tráfico de drogas.
Kilderlan Nascimento pontuou a importância da apreensão no contexto da Segurança Pública. "Essa droga representa tudo que há de pior na sociedade. Essa droga que evitamos de chegar as ruas evitou a destruição das famílias no Ceará e muitos crimes como homicídios", comentou.
O tenente Joaquim Medeiros, que participou da coletiva, destacou que o ponto crucial para a realização da apreensão foi um bilhete encontrado dentro de uma caderneta com um endereço em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Com isso, foi realizada a ação dos militares de ir até o local e encontrarem a droga.
Ainda havia uma embarcação com motor sob um reboque, que conforme o agente de segurança, seria usado para fazer transporte da droga.
A mulher que guardava a casa e o mergulhador foram apresentados na Delegacia Metropolitana de Caucaia (DMC). A droga estava acondicionada de uma forma que ela ficava impermeabizada e submergisse. "Cada tablete estava dentro de um material emborrachado que suportasse ficar dentro da água", ressalta.
O oficial frisou que o início da operação ocorreu durante uma abordagem de rotina e que as ações estão em andamento. Nessa segunda-feira, 5, mergulhadores foram enviados para a região da Praia do Futuro para verificar se há droga submergida. Os presos vieram de São Paulo e estavam no Ceará há pouco tempo.
Comandante destaca interesse de organizações criminosas no litoral cearense
Coronel Kilderlan Nascimento apontou a dificuldade de combater as organizações criminosas, que são locais, regionais e nacionais e a violência imposta, principalmente nos estados do Nordeste, que são relacionadas com o tráfico de drogas. O oficial destaca a proximidade com a Europa e Estados Unidos e a existência de mercado consumidor e exportador de drogas no Ceará.
Durante a coletiva, com a análise do material apreendido pela Polícia Militar na Praia do Futuro e em Caucaia, o comandante pontua o interesse dos grupos criminosos no litoral cearense. Falou ainda sobre a relação desse interesse com a violência em Caucaia, que tem mais de 40 quilômetros de litoral e no município de Itarema, que tem sido alvo das facções.
O oficial aponta que há orientação do governador do Estado do Ceará, da SSPDS e do comando geral da PMCE para que as forças de segurança estejam juntas. Ele informou que foram retirados das ruas mais de 700 criminosos do Ceará e que em 2023 houve aumento de 10% nas prisões em relação a 2022. No entanto, é uma situação que passa pela legislação brasileira e sistema penal do País.
Em entrevista ao O POVO, o coronel Kilderlan comenta que a droga é transportada por meio terrestre, aéreo e fluvial, que é por meio do transporte marítimo. Pela extensão de território, são 574 quilômetros de litoral, faixa usada para tráfico de drogas. "É um litoral extenso que precisa ser patrulhado e precisa ser olhado".
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