Elmo para público infantil deve começar a ser usado no Ceará em até dois anos
Protótipo do capacete será destinado ao público de seis meses a 14 anos de idade. O "Elminho" será desenvolvido a partir deste ano em duas fases, que contemplam a elaboração do equipamento e os testes clínicos em pacientesA versão do capacete elmo para bebês e crianças foi apresentada nesta quarta-feira, 24, na Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza. O "Elminho" será destinado ao público de seis meses a 14 anos de idade para o tratamento de insuficiência respiratória, principalmente contra a Covid-19, a fim de evitar a intubação de pacientes. Previsão é de que comece a ser usado em até dois anos.
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O protótipo do capacete será desenvolvido a partir deste ano em duas fases, que contemplam a elaboração do equipamento e os testes clínicos em pacientes. O cronograma do projeto prevê realização de todas as fases até outubro deste ano.
Durante o período, os hospitais Geral Waldemar Alcântara e Albert Sabin, em Fortaleza, serão os locais para o desenvolvimento e testes do equipamento. O público-alvo para o desenvolvimento do capacete infantil será pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica de qualquer etiologia.
De acordo com o idealizador e coordenador do projeto, professor Marcelo Alcântara, da Famed, a ideia de desenvolver o equipamento para o público infantil acontece pensando na falta de suporte respiratório não-invasivo. "Desenvolver o Elmimho vai possibilitar oferecer esse acesso e que vai prevenir a intubação", disse.
Conforme a médica intensivista pediátrica Luanna de Queiroz, aumento da Covid-19 no público infantil agrava, principalmente, para quem tem comorbidades, como doenças cardíacas, renal e respiratórias, e que a evolução pode ser notadas pelos sintomas.
"A maioria das crianças vão se comportar como um quadro gripal, como coriza, tosse, aumento de secreção nas vias aéreas e a febre. A gente precisa ficar atento aos sinais de insuficiência respiratória. A criança que apresenta está mais cansadinha, puxando o ar de uma forma mais rápida, não querendo se alimentar. São sinais que essa criança precisa de atendimento médico por está entrando em um processo de insuficiência respiratória", alerta Luanna.
Ainda segundo a médica pediátrica, a expectativa é que o equipamento seja desenvolvido de forma rápida em virtude do aumento dos casos de síndrome respiratória em todo primeiro semestre do ano e a lotação das emergências nas unidades de saúde durante o período.
O avanço no desenvolvimento do capacete depende também do investimento de entidades e empresas para financiar o projeto. Atualmente, apenas a UFC e a Fundação Elmo Para Suporte Respiratório estão auxiliando o projeto. "A semente inicial é a UFC. Se você tem mais investimento, você acelera [projeto]", pontua Marcelo e espera que em dois anos tenha o dispositivo.
A proposta é que, através do Projeto Elminho, seja desenvolvido um dispositivo de fácil uso e acessível que possa ser aplicável não apenas em ambiente de terapia intensiva, mas também possa ser levado a diferentes municípios do interior do País.
Além da Covid-19, o equipamento também poderá ser utilizado em qualquer caso de insuficiência respiratória, como pneumonia, doenças cardíacas com congestão no pulmão, cirurgias que possam apresentar complicações pulmonares e viroses respiratórias.
No ano passado, foram confirmados 2.498 casos de Covid-19 em crianças de 0 a 12 anos no Estado. Desse total, 445 crianças foram hospitalizadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pela doença. A faixa etária pediátrica com o maior número de casos de Covid-19 foi de menores de 1 ano, com 843 casos.
Em 2024, foram confirmados 131 casos da doença no público e 30 foram internadas com SRAG por Covid. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) ao O POVO, nesta quarta-feira, 24.