Estudante do Ceará tira nota mil na redação do Enem: "Sentimento de dever cumprido"
Roney Coelho, de 20 anos, é um dos quatro candidatos do Estado alcançar a nota máxima na prova. Ao todo, 60 estudantes do País conseguiram a nota“Sensação de dever cumprido”, é assim que o estudante cearense Roney Coelho, 20, define o sentimento de ter alcançado a nota máxima da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023. O aluno é um dos quatro candidatos que conquistaram a nota mil do exame no Ceará. As notas foram divulgadas nessa terça-feira, 16, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Em todo o País, 60 estudantes conseguiram a nota máxima na prova e apenas quatro são de instituições públicas, segundo o Ministério da Educação (MEC).
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No Estado, os quatro candidatos com nota mil são de instituições privadas. São eles Karoline Soares Teixeira e Roney Coelho, ambos estudantes do Colégio Ari de Sá Cavalcante; Kelly Luna Maciel; e Luana Amaro de Alencar, de Juazeiro do Norte, na região do Cariri cearense.
Roney conta que o segredo para alcançar a nota máxima foi a dedicação. Foi a sexta vez que o estudante realizou o exame após concluir o Ensino Médio, em 2020 e, apesar de ter ingressado em uma universidade pública no curso de Odontologia na Paraíba, o sonho dele é cursar medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ao conquistar a nota mil, a reação do estudante foi entrar em estado de choque. “A gente estuda sempre querendo alcançar a nota máxima, mas quando eu abri o site e consegui ver a nota mil, eu entrei em choque. Eu não estava acreditando que tinha conseguido tirar [nota]”, conta.
Para alcançar a nota, Roney relembra a rotina de estudos e as decisões que teve que enfrentar para conquistar a nota máxima. “Foi bem difícil porque eu venho de uma família humilde. Eu sou da cidade de Novo Oriente e nada é fácil para a gente conseguir materiais de estudo [...] Tive que me acostumar a morar na Capital e estudei todos os dias praticamente durante todo esse ano”, relembra.
Na rotina, o estudante conta que estudava de segunda a sexta-feira, aos sábados buscava cuidar da saúde mental, como fazer atividades de lazer, ir à praia ou ao cinema, e aos domingos realizava simulados do cursinho preparatório do Ari de Sá, onde ganhou uma bolsa de estudos no ano passado e que auxiliou na preparação para o exame.
Três textos por semana e leituras auxiliares
Durante a sua preparação, Roney disse que focou na redação. Na rotina, o estudante conta que fazia, no mínimo, três redações por semana e contava com leituras auxiliares, principalmente de jornais e outras redações nota mil. “Eu sempre me considerei bom em redação e usei como estratégia”, disse.
Sobre o tema da redação: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, Roney relembra ter ficado assustado, visto que era um assunto extenso para o debate.
Ele relembra que uma das motivações para a escrita na hora foi recordar da sua mãe: “Eu tenho um grande exemplo na minha casa que é a minha mãe”, disse o estudante que pontuou a importância de falar sobre o tema.
As expectativas agora é tentar ingressar no curso de Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), mas não descarta as possibilidades de cursar a área em outras universidades públicas brasileiras. “As expectativas estão lá em cima”, pontua.