Homens são mais vítimas de roubos que mulheres no Ceará

De 2013 a 2023, seis em cada dez vítimas de Crimes Violentos contra o Patrimônio são do sexo masculino. Entenda possíveis motivos no cenário da segurança no Ceará

As estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) mostram que, no Ceará, os homens são mais roubados que as mulheres. Conforme dados obtidos por O POVO através da Lei de Acesso à Informação (LAI), de 2013 a 2023, 60,20% das vítimas de Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) são do sexo masculino, enquanto as vítimas do sexo feminino representam 39,80% do total.

Os números da SSPDS ainda mostram que, de 2015 a 2019, houve um aumento no número de mulheres roubadas no Estado, mas os homens voltaram a ser mais de 60% das vítimas de 2020 em diante.

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Confira abaixo os dados ano a ano. A SSPDS fez a ressalva que, entre abril e junho de 2014, houve instabilidade no sistema que computava os crimes no Estado, fazendo com que os números deste ano não fossem fidedignos. Já os dados de 2023 são apenas até o mês de novembro.

O POVO procurou a Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), órgão da SSPDS responsável pela compilação de estatísticas criminais no Estado, para obter hipóteses que ajudassem a explicar os dados.

Por meio de nota, o superintendente da Supesp, Nabupolasar Alves, afirmou que alguns dos possíveis fatores dessa diferença são:

  • homens se exporem mais durante o período da noite e madrugada, turnos com maior ocorrência de roubos;
  • homens estarem mais presentes no mercado de trabalho, tanto formal como informal; e
  • homens serem mais imprudentes em situações de trânsito, como já divulgado por seguradoras.

Como O POVO mostrou nessa quarta-feira, 10, os números de roubos registrados no Ceará em 2023 foram os menores desde 2015. Foram 42.607 CVPs, conforme a SSPDS, uma redução de 7,6% em comparação com 2022, quando haviam sido 45.930. Em média, em 2023, 116 pessoas roubadas por dia no Estado.

Em Fortaleza, também foi registrada diminuição. Em 2022, haviam sido 31.271 CVPs e, em 2023, 29.121 — redução de 6,9%. O ano passado foi o primeiro, desde o início da série histórica, em 2015, que a Capital registrou menos de 30 mil roubos em um ano.

Wellber Teixeira, 26, foi uma das vítimas de assalto na Capital em 2023. Na sexta-feira de carnaval, no dia 17 de fevereiro, ele estava saindo para almoçar com três amigas do trabalho quando o grupo foi abordado por um assaltante em uma rua pouco movimentada do bairro Dionísio Torres. “Ele estava com uma arma, só Deus sabe se era de brinquedo ou se era de verdade. Disse para não correr porque se não ele atiraria”, relembra a vítima.

Os celulares de todos do grupo foram levados pelo homem, que estava de bicicleta. Wellber conta que tinha comprado o aparelho apenas três meses antes do crime. Apesar do grupo todo ter sido vítima do assalto, o jovem acredita que o tratamento entre ele e as amigas foi diferente, sendo mais violento com as mulheres.

“Com minha amiga, ele ficou puxando a pulseira de prata dela, ele machucou ela. Comigo não, ele ficou até mais longe. Só pediu o celular e quando eu dei, ele foi embora, nem chegou a encostar em mim”, afirma.

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