Ceará tem aumento de incêndios florestais e residenciais em 2023
Fatores climáticos influenciam incêndios no interior do Ceará. Incidentes com fogo em domicílios ocorrem principalmente devido a pane elétricaOs registros de ocorrência de incêndios atendidos pelo Corpo de Bombeiros Militares do Ceará (CBMCE) aumentaram em 2023. Em comparação a 2022, houve acréscimo de 23,96% nos incidentes em residências, prédios comerciais, veículos, vegetação, entre outros. Ao todo, os bombeiros atuaram em 14.725 incêndios.
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O tipo de incêndio que teve maior aumento de registros foi o florestal. Em 2022, a corporação registrou 5.214 incêndios em vegetação, subindo para 7.081 em 2023. Isso equivale a um crescimento de 35,80%.
Já os incêndios residenciais cresceram 13% em 2023. De 1.184 em 2022, os registros aumentaram para 1.339. Essa foi a segunda categoria desses incidentes que mais cresceu no período, seguida de incêndios em veículos (12,88%) e em edifícios comerciais (10,12%).
Ação humana e clima influenciam em incêndios
Segundo o capitão Sócrates Souza, subcomandante na 2ª Companhia de Bombeiros do Crato, o principal fator para a ocorrência de incêndios florestais é a ação do homem, que usa o fogo para limpar terrenos em preparação para o plantio. Combinado à situação climática da caatinga, bioma predominante no Ceará, o fogo pode fugir do controle rapidamente.
“No segundo semestre, a temperatura fica alta, a velocidade do vento também aumenta e a umidade fica muito baixa. Isso faz com que a vegetação perca umidade. Com esse ressecamento, é a condição ideal para a propagação rápida do incêndio”, explica.
O El Niño, fenômeno ligado ao aquecimento das águas do oceano Pacífico e que interfere no volume de chuvas e na elevação das temperaturas, também pode influenciar os incêndios florestais, conforme Sócrates. “Ele não vai gerar mais incêndios por si só, mas deixa o ambiente mais propício”, diz.
De 2019 a 2022, quatro regiões concentraram 60% dos incêndios florestais: Norte, Sertão de Crateús, Centro-Sul e Cariri. Dois incêndios de grande proporção são destacados pelo sub-comandante em 2023: uma ocorrência na cidade de Santa Quitéria, que durou quatro dias, e uma na cidade de Icó, com duração de sete dias.
Por ser em região serrana, o capitão explica que o combate é mais demorado e complexo. “Leva vários dias, é de difícil acesso e demanda muito condicionamento físico”, afirma.
Prevenção de incêndios residenciais passa por revisão de rede elétrica
Os incêndios residenciais, de acordo com a major Juliany Freire, também tem causas diversas. A maioria tem como origem uma pane elétrica. “A gente observa tanto o aumento da quantidade de edificações quanto o aumento do poder aquisitivo das pessoas, que compram mais aparelhos eletrônicos e acabam colocando muitos desses equipamentos para funcionar e a rede elétrica não suporta”, explica.
A major alerta para que a população procure revisar o sistema elétrico das edificações periodicamente com a ajuda de um engenheiro eletricista. “Quem deve ter mais interesse que as residências sejam seguras são as pessoas que habitam nelas”, afirma.