Sistema Brasileiro de Inteligência: encontro em Fortaleza debate impactos climáticos em 2024
A Agência Brasileira de Inteligência busca orientar gestores em decisões e tornar a adoção de políticas públicas mais eficiente
19:56 | Dez. 13, 2023
Formas de prevenção e redução de danos causados ao meio ambiente e segurança pública foram discutidas durante o Encontro do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), em Fortaleza. O evento, realizado pela Superintendência Estadual Ceará da Agência Brasileira de Inteligência (Sece/Abin), aconteceu nesta quarta-feira, 13.
Durante a programação, foram discutidas questões como os “Impactos das mudanças climáticas no Ceará", além de "Estratégias de combate à lavagem de dinheiro".
Para discutir as temáticas, autoridades federais, estaduais e municipais reuniram-se na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 7ª Região, no bairro Praia de Iracema. Na ocasião, o superintendente da Abin no Ceará, Diego Azevedo, relembrou o papel do órgão para a adoção de políticas públicas no Estado e nas demais regiões do Brasil.
“A Inteligência serve para assessorar as decisões dos gestores (governantes, secretários, ministros etc). À medida que temos um sistema de Inteligência mais eficaz, garantimos ao cidadão que o decisor está tomando decisões embasadas em duas vertentes: a proteção contra ameaças, envolvendo a detecção das mesmas e a identificação de oportunidades”, informou o superintendente.
O objetivo, dessa forma, é tornar a adoção de políticas públicas mais eficiente. De acordo com Diego Azevedo, o esquema de aconselhamento envolve analisar o que está funcionando no País, o que não está dando certo e identificar áreas que podem ser aprimoradas.
Um desses pontos de análise são os efeitos decorrentes das mudanças climáticas para 2024. A presença do atual fenômeno El Niño, caracterizado pelo superaquecimento da superfície do Oceano Pacífico, sugere que o Ceará pode enfrentar no próximo ano um período de estiagem significativa.
Além de maiores focos de calor, que podem causar incêndios, isso impactará diretamente a recarga dos açudes no Ceará durante a próxima temporada chuvosa, que ocorre de fevereiro a maio. Já nos meses de dezembro e janeiro, durante a pré-estação, espera-se que os efeitos do El Niño se manifestem.
Assim, órgãos que atuam diretamente com o gerenciamento de recursos hídricos e com a contenção e fiscalização de impactos ambientais foram convidados para debater possíveis soluções para o período.
Um dos impactos ressaltados foi o aumento no número de focos de calor e, por consequência, dos incêndios em vegetações e em áreas urbanas. Somente em 2023, até 12 de dezembro, 5.904 focos de calor foram detectados no Ceará.
Segundo o coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama no Ceará, Kurtis Bastos, é necessário realizar a análise das causas de incêndios e, assim, criar um plano de contingenciamento para o Estado.
“É necessário que a temática entre na agenda política dos municípios e que seja realizado um planejamento interinstitucional. Além disso, precisamos incluir a temática do fogo nos programas de educação em diferentes níveis do ensino”, comentou o coordenador, que também ressaltou a criação de um sistema integrado de informações para constituição de um bando de dados e planejamento.