Covid no Ceará: 17 crianças de até 4 anos estão internadas; 3 em UTI
Aumento de casos preocupa porque a cobertura vacinal contra a Covid-19 nessa faixa etária no Estado é baixaO Ceará vem enfrentando um surto de Covid-19 há algumas semanas. Dezessete crianças de até quatro anos estão internadas por causa da doença no Estado. Destas, pelo menos três estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) alerta para a baixa cobertura vacinal de crianças de seis meses até quatro anos: 32% iniciaram o esquema vacinal e apenas 5% concluíram.
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Conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza, nove crianças de até quatro anos estão internadas na Rede Municipal de Saúde com a infecção. Nos hospitais da Rede Estadual, 13 crianças estão internadas com Covid-19. Destas, oito são de até quatro anos.
No Ceará, o aumento da positividade registrado há algumas semanas pode estar associado à circulação das variantes EG.5, JN.1 e BA.2.86.1, que são subvariantes da Ômicron. Conforme sequenciamento das amostras das SE 45-47 indicam que 80% delas são da sublinhagem JN.1 da BA.2.86
O infectologista pediátrico Robério Leite, professor Adjunto de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-CE), explica que essas subvariantes possuem alta capacidade de transmissão, como o que está sendo observado agora.
"Felizmente, não há indícios de que apresentem maior agressividade, em comparação com as variantes anteriores. No entanto, representam sempre um risco maior para os indivíduos que apresentam o sistema imunológico mais frágil, como os idosos, pessoas com algum tipo de imunodeficiência, diabéticos, cardiopatas, com doenças crônicas dos pulmões e crianças mais novas", detalha.
Ele explica que, para crianças de até quatro anos, o risco apresentado é maior pois o sistema imunológico não se desenvolveu ainda de forma suficiente, "Tornando-as mais vulneráveis à evolução com complicações da Covid-19 e, também, por representar um grupo populacional que foi pouco vacinado, em função do impacto de notícias criminosas e infundadas sobre a segurança das vacinas", destaca o pediatra.
Ele cita que no Brasil, esse ano, foram identificados mais de três mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) por Covid 19 em menores de 1 ano, e mais de mil nas crianças entre 1 e 4 anos e 110 mortes em crianças.
"É preciso que os pais tenham a percepção de risco correta de que a Covid-19, entre as doenças que podem ser prevenidas por vacinas, é a que mais tem matado crianças em nosso país. Então, não há motivo para não vacinarem os filhos, mesmo porquê as vacinas são muito seguras, de modo semelhante às demais vacinas para outras doenças. Os antivacinistas precisam pagar por seus crimes, muitas crianças não teriam morrido, se eles não tivessem tanta liberdade para espalhar mentiras sobre vacinas", defende o médico.
Conforme boletim epidemiológico publicado pela Sesa nessa terça-feira, 5, na semana epidemiológica 48 (de 26 de novembroa 2 de dezembro) foram confirmados 1.751 casos da doença no Ceará. Número 22,3% maior do que na semana anterior.
Atualizada às 22 horas
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