Covid-19: por que a segunda dose da vacina bivalente é recomendada
Menos de 20% dos cearenses tomaram a bivalente. Vacina é essencial para uma resposta imunológica mais efetiva às novas sublinhagens do vírus, segundo SesaCom o crescimento do número de casos de Covid-19 e a identificação da sublinhagem JN.1 no Ceará, o Ministério da Saúde recomendou a vacinação de idosos e imunocomprometidos com uma dose de reforço da bivalente. Por ser atualizada com anticorpos que combatem a variante Ômicron, a vacina pode auxiliar no combate da nova sublinhagem.
A JN.1 é uma sublinhagem da variante BA.2.86, que já se espalhou por 47 países e é responsável pelo surto no Ceará, levando o Estado a registrar pelo menos 2.809 casos em novembro. As duas são descendentes da variante Ômicron.
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De acordo com o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Antônio Silva Lima Neto (Tanta), a sublinhagem apresenta muitas mudanças na proteína Spike, fazendo com que o organismo não reconheça o vírus da Covid-19. Isso permite que o patógeno se replique e cause sintomas clínicos.
Tanta explicou, em entrevista à rádio O POVO CBN, que a vacina bivalente tem anticorpos mais específicos que ajudam o sistema imunológico a identificar as variantes e sublinhagens da Ômicron. A proteção é diferente da garantida pela vacina monovalente, usada nas primeiras doses distribuídas à população e produzida antes da detecção da variante Ômicron.
“A bivalente faz cobertura para o vírus original da Covid e para a Ômicron e suas variantes”, afirma a titular da Sesa, Tânia Mara Coelho. Ela ressalta que somente quem já tomou a vacina bivalente há pelo menos seis meses poderá ser imunizado novamente. Esse critério é utilizado porque a proteção imunológica adquirida com a vacina declina com o tempo.
Menos de 20% dos cearenses tomaram a bivalente. Em Fortaleza, a cobertura vacinal chegou apenas a 22% da população. Para receber o imunizante, basta procurar um ponto de vacinação e ter tomado pelo menos duas doses da vacina monovalente.
Quem pode tomar a segunda dose da bivalente?
O reforço da bivalente é recomendado pelo Ministério da Saúde aos grupos mais suscetíveis a complicações causadas pela Covid-19:
- Idosos com mais de 65 anos;
- Transplantados;
- Pessoas vivendo com HIV;
- Portadores de doença renal crônica em hemodiálise;
- Pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico.
Onde fazer testes de Covid-19 pelo SUS
Os testes de Covid-19 estão disponíveis em todos os 118 postos de saúde de Fortaleza, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Os exames também podem ser feitos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais. Para fazer o exame é necessário apresentar sintomas e ser avaliado pela equipe de saúde das unidades.
Cenário epidemiológico do Ceará
O Ceará confirmou um óbito causado pela variante BA.2.86. Segundo Tânia Mara, o paciente era um idoso com comorbidades e tinha tomado três doses da vacina monovalente. “Ele tinha toda possibilidade de ter uma complicação por Covid ou por qualquer doença infecciosa respiratória”, disse.
Na última semana de novembro, o Estado teve 34,4% de positividade de testes RT-PCR analisados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). A taxa é calculada com a relação entre número de testes feitos e resultados positivos.
Em 2023, o Ceará registrou 19.136 casos de Covid-19 e 77 óbitos, com novembro somando quase três mil casos. A maior parte dos registros da JN.1 é localizada em Fortaleza, mas há casos em municípios do Interior, conforme o Ministério da Saúde.
“A gente não está tendo esse aumento de internamento e casos graves nos hospitais. Isso é que nos dá uma certa tranquilidade para que a gente possa ter esse tipo de conduta. Mas a nossa vigilância é constante, avaliando os números e o cenário para tomar decisões”, afirmou Tânia.