CE: Chefe de facção criminosa dava ordens escondido em casa na praia de Uruaú

Draco cumpriu quatro mandados de prisão em desfavor de "Nem Gato" e apreendeu armas, munições e coletes balísticos. O homem liderava facção nos bairros Dias Macedo, Itaperi e Serrinha, conforme a investigação

Quatro mandados de prisão contra homem suspeito de chefiar uma facção criminosa foram cumpridos pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) nessa quarta-feira, 6. A investigação aponta que Francisco Anderson Rabelo da Silva, conhecido como "Nem Gato", liderava grupo criminoso Comando Vermelho (CV) em bairros como Dias Macedo, Itaperi e Serrinha, na Capital. A prisão aconteceu em uma casa de veraneio na Lagoa do Uruaú, em Beberibe, a 83 quilômetros de Fortaleza.

O delegado Alisson Gomes, da Delegacia de Combate as Ações Criminosas Organizadas (Draco), informou, que, apesar da posição de liderança na capital cearense, Anderson morava no litoral cearense há mais de um ano.

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A casa foi descrita como espaçosa, próxima da praia, e o suspeito se deslocava pelo município em um carro de luxo, conforme a investigação.

Anderson Rabelo da Silva era acompanhado pela Draco desde o começo do ano, mas as investigações tiveram início há dois meses com a descoberta da localização do alvo. 

Veículo usado por chefe de facção criminosa
Veículo usado por chefe de facção criminosa Crédito: divulgação/PCCE

Os quatro mandados em aberto são por homicídio, roubo e dois por integrar organização criminosa.

Com o suspeito, foram apreendidos uma pistola 9 mm de numeração suprimida, cinco carregadores e munições de calibres variados, além de coletes balísticos.

Além do cumprimento dos mandados, ele também foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e receptação. 

"Nem Gato" foi encaminhado à Delegacia de Capturas, onde segue à disposição da Justiça.  

A Polícia investiga também envolvimento de Anderson na expulsões de moradores. "Esse apontamento reforça a chefia dele dentro da organização criminosa", explica o delegado da Draco.

Para o delegado, a prisão foi estratégica porque tem o foco em integrantes com posição hierárquica superior na facção. 

Chefes de facção presos no Ceará 

Na quarta-feira, 6, a Polícia Civil prendeu Allan Erbe Moreira de Sousa Silva, conhecido como "Klismann", de 28 anos. Ele foi alvo de um mandado de prisão por crime de homicídio e é investigado por chefiar grupo criminoso com atuação em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ele é suspeito de homicídios no município de Caucaia.  

Uma das peculiaridades apontadas pelo delegado da Polícia Civil de Maracanaú, Alan Pereira, é de que o homem controlava remotamente o tráfico de drogas do Parque Tijuca e bairros próximos. Ele estava morando em Fortaleza, mas para fugir dos inimigos se refugiou em outro bairro. "Perverso" é investigado por envolvilmento em pelo menos 10 homicídios na região.

O carro apreendido com ele é apontado por ser utilizado em vários homicídios em Caucaia. "Perverso" como é chamado, atuava como executor e mandante em crimes de morte, ou seja, em algumas situações ordenava os homicídios e em outras ele mesmo ia até o local e executava a vítima. A motivação desses crimes era manter o controle de território de tráfico de drogas.

Allan havia sido preso anteriormente, tem extensa ficha criminal, com crimes de porte ilegal de arma de fogo, organização criminosa e homicídio, no entanto ele estava respondendo o processo em liberdade. Após sair da cadeia, ele teria assumido o controle da área do Parque Tijuca e a partir dessa função na organização criminosa começou a rivalizar com grupos rivais.

Há sete dias, operação da Polícia Civil foi deflagrada em Caucaia contra criminosos da facção Guardiões do Estado (GDE) e resultou na prisão de dez pessoas; a investigação tem mais de 50 alvos. Os primeiros presos foram pessoas que exercem posição hierárquica superior na organização. A investigação havia começado com a apreensão de um aparelho celular durante um "tribunal do crime" que decidia pela morte de uma adolescente. 

No dia 27 de novembro a Polícia Civil realizou a prisão de pessoas que exerciam liderança em facção criminosa no município de Maranguape. A prisão aconteceu no Rio de Janeiro, e o alvo foi Rogério Gomes de Oliveira, conhecido como "cego" ou "coroa".

Além de Rogério, foram presos acompanheira dele, Maria Daniele Costa de Vasconcelos - que seria a "número dois"do grupo-, Lindoberto Gomes da Silva e João Rogério de Lima. O grupo estava hospedado em Copacabana, mas fazia negociação de armamento na comunidade da Rocinha.  (Colaborou Lara Vieira) 

 

Atualizada às 14h6min

 

 

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