Criminosos estavam no Rio de Janeiro para negociar armamento que seria levado ao Ceará
Grupo viajou do Ceará para o Rio de Janeiro e estavam hospedados em Copacana. Eles negociavam armamento na RocinhaDez pessoas apontadas como membros de um grupo criminoso foram presas nesta terça-feira. Grupo foi alvo da 8ª fase da Operação Profilaxia, coordenada pela pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Ação foi deflagrada em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e no Rio de Janeiro.
Além da prisão de um advogado da organização criminosa e mais suspeitos de integrar o topo do grupo, houve sequestro de bens que somam mais de R$ 2 milhões, entre imóveis e veículos de luxo. Quatro dos acusados são do Ceará e foram presos no Rio de Janeiro, para onde viajaram e estavam em negociação de armamento na comunidade da Rocinha.
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A outra parte da organização criminosa foi presa no Ceará. As informações foram divulgadas pelo delegado Huggo Leonardo, da Delegacia de Combate às Ações Criminosas (Draco).
O POVO apurou que o chefe da organização preso no Rio de Janeiro é Rogério Gomes de Oliveira, conhecido como "cego" ou "coroa". Além de Rogério, foram presos a companheira dele, Maria Daniele Costa de Vasconcelos - que seria a número dois do grupo, Lindoberto Gomes da Silva e João Rogério de Lima.
No Rio de Janeiro desde a sexta-feira, 24, eles estavam em um prédio em Copacabana e negociavam armas na Rocinha. A parte da operação deflagrada no Ceará prendeu também o armeiro do grupo. Foram apreendidas oito armas de fogo.
Dos imóveis que foram alvo da operação estão um triplex em Maranguape, um duplex em Beberibe e um terreno que foi tomado de pessoas vulneráveis. O grupo expulsou os moradores e murou o terreno por ser as margens da CE-065, o que valoriza a área. Com a ação da Polícia, o terreno será devolvido aos moradores de Maranguape.
O delegado Huggo Leonardo explica que o grupo se dividia em núcleo responsável por tráfico de drogas e ameaça e coação da população e outro que era responsável pela aquisição e venda de armas de fogo.
O delegado Alisson Gomes afirmou que o advogado alvo da operação "extrapolava" o mister de defesa técnica e usava o conhecimento da lei para explicar aos criminosos como se desvencilhar de material de prática criminosa e de abordagens policiais.
Conforme o delegado geral Márcio Gutierrez, mais de 40 policiais atuaram na ação integrada com o Ministério a Justiça e policiais civis do Ceará e Rio de Janeiro. Foram 13 prisões, sendo quatro no estado do Rio de Janeiro. Além de 30 mandados de busca e apreensão. "Essas pessoas são de alta hierarquia dentro do grupo criminoso. (...) A Polícia Civil trabalha com asfixia financeira. Identificamos o patrimônio desses criminosos, pedimos bloqueio", aponta.
Para o delegado, o contexto da operação mostra que, enquanto os grupos que se utilizam da violência e da rivalidade nas comunidades segue na pobreza, alguns, que tem poder grupo, vivem uma vida luxuosa. Márcio Gutierrez destacou a apreensão dos veículos de luxo e de jet ski. Além disso destacou que esse é um cenário nacional: "É uma prioridade do Ministério da Justiça, da SSPDS e da Polícia Civil do Ceará fazer o enfrentamento dos grupos criminosos nesse eixo de atuação. Estejam eles onde estiverem, como nesse caso do Rio de Janeiro".