Ceará: número de incêndios em vegetação em 2023 já supera 2022

Estado registrou 5.603 ocorrências desse porte entre janeiro e outubro de 2023, contra 3.816 registrados no mesmo período do ano passado

O Ceará registrou 5.603 incêndios em vegetação só entre janeiro e outubro de 2023, segundo Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMCE). Número é 46,8% maior do que o identificado nos dez primeiros meses do ano passado (3.816) e já supera índice geral observado no período de 2022 (5.214).

Conforme instituição, o disparo ficou ainda mais acentuado no segundo semestre deste ano. Setembro último, por exemplo, registrou 1.757 chamados envolvendo fogo em área de vegetação, se tornando o mês que mais teve registros desse porte dentro dos últimos cincos anos. 

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Entidade ainda frisa que o aumento considerável estaria ocorrendo devido a fatores climáticos mas, principalmente, em razão de ações humanas, que promovem "a cultura de queimadas".

Em entrevista a rádio O POVO CBN Cariri, nessa terça-feira, 7, o Capitão Sócrates Sousa, do 5º Batalhão de Bombeiro Militar, explicou que a instituição realiza anualmente a Operação Floresta Branca, visando combater a incidência de incêndios em áreas de vegetação na Unidade Federativa. 

"É uma operação que busca organizar melhor a resposta operacional do bombeiro para dar resposta a esse número crescente de queimadas e incêndios florestais no segundo semestre. Dobra o efetivo nas unidades de bombeiros que existem para atender essa demanda", destaca o representante militar. 

Mesmo faltando dois meses para acabar o ano, 2.023 já ultrapassa o número de incêndios desse porte que foi registrado em 2022— período que vinha acumulando queda do índice. Balanço total é de: 2022 (5.214), 2021 (6.751), 2020 (7.125) e 2019 (6.097).

Pela legislação brasileira é considerado crime ambiental colocar fogo em vegetação, tanto para aqueles que cometem o ato de forma intencional como quem realiza de maneira negligente. Pena pode chegar a ser de dois anos a seis anos de prisão, mais um acréscimo de multa. 

Quadra chuvosa do Ceará pode ser abaixo da média em 2024

Além do aumento de incêndios no Ceará, outra questão que preocupa é a tendência de que a formação do fenômeno El Niño possa deixar a quadra chuvosa do Estado abaixo da média em 2024.

Eduardo Sávio Passos Rodrigues Martins, presidente da como a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), diz que o aquecimento das águas no Atlântico Norte Tropical tem se mantido de forma persistente, motivo que pode impactar no evento. 

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"O nível de aquecimento está alto, está persistindo há bastante tempo. Então isso permite a atmosfera ficar respondendo da mesma forma por muito tempo. Significa que nós temos um mecanismo ao longo da estação que é uma descida de ar sobre o norte e o nordeste, que é o que dificulta a formação de nuvens e precipitação, então essa é a grande preocupação", explicou em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri. 

Com informações do repórter Yago Pontes, da rádio O POVO CBN Cariri

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